Hospital pede aumento nos repasses públicos, enquanto denúncias de má gestão agravam a crise na saúde de Mato Grosso do Sul

A situação crítica levou à suspensão de diversos serviços essenciais. Cirurgias ortopédicas estão paralisadas desde setembro, deixando cerca de 360 pacientes sem atendimento. Procedimentos plásticos e cardiovasculares também foram interrompidos, afetando mais de 700 pessoas. Até mesmo a urologia, incluindo transplantes de rim, foi impactada, com a suspensão de 98 cirurgias mensais. A direção do hospital alega falta de recursos para compra de medicamentos e insumos, além de admitir dívidas de 29 milhões de reais com médicos prestadores de serviço e outros 38 milhões de reais com fornecedores.
Gestão questionada e denúncias de má administração
Além da crise financeira, o inquérito civil instaurado pelo MPE revela questionamentos sobre a gestão do hospital. Médicos denunciam que, apesar de um empréstimo de 269 milhões de reais ter sido contraído recentemente, as dívidas não foram quitadas e os serviços não foram retomados. Outro ponto crítico é a contratação de uma empresa de outro estado para o serviço de neurocirurgia, que, segundo as denúncias, oferece menos profissionais e qualidade inferior em comparação ao contrato anterior, que era mais barato e eficiente.
A troca das máquinas de hemodiálise também é alvo de críticas. Os novos equipamentos só aceitam um único produto para desinfecção, o que limita a concorrência entre fornecedores e aumenta custos. Além disso, o CTI do Trauma, com 12 leitos, está desativado desde setembro de 2023 devido à falta de uma peça no sistema de ar-condicionado, cujo custo é estimado em apenas 100 mil reais. Para completar, a presidente do hospital, Alir Terra, enviou um ofício à prefeita Adriane Lopes pedindo o pagamento de 47,7 milhões de reais, valor que a Justiça determinou que a prefeitura deveria repassar à Santa Casa.
Reuniões buscam solução, mas avanços são lentos
Diante da gravidade da situação, o MPE convocou uma reunião para esta quinta-feira (6), na qual se espera um possível aumento nos repasses públicos. Enquanto isso, a população continua sofrendo com a falta de atendimento, e o futuro do hospital permanece incerto. A crise na Santa Casa de Campo Grande não só expõe a fragilidade financeira da instituição, mas também levanta sérias dúvidas sobre a eficácia de sua gestão, colocando em risco a saúde pública no estado.
Informações do Correio do Estado