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Após tirar governadores de Pernambuco e RS do PSDB, Kassab quer Eduardo Riedel no PSD

Foto: Divulgação
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Após a fusão entre PSDB e PSD ter sido praticamente descartada pelas lideranças tucanas, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, reforça sua estratégia para convencer o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, a deixar o ninho tucano. A mesma movimentação foi bem-sucedida com a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e agora mira também o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

Conforme apuração do Correio do Estado junto a lideranças do PSD no Estado, Kassab está determinado a “seduzir” Riedel para que ele troque de partido e concorra à reeleição pelo PSD nas eleições gerais do próximo ano.

A aproximação entre Kassab e Riedel não é recente. Em março do ano passado, durante um encontro no apartamento do líder do PSD em São Paulo, o vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha, assinou a filiação à sigla. Na ocasião, Riedel recebeu o convite para seguir o mesmo caminho. Mais recentemente, no dia 8 do mês passado, Kassab esteve em Campo Grande para se reunir com Riedel e o presidente estadual do PSDB, Reinaldo Azambuja. A pauta girava em torno da incorporação do PSDB pelo PSD, visando as eleições de 2026.

Contudo, a proposta de fusão foi rejeitada pelas lideranças nacionais do PSDB, com o deputado federal Aécio Neves (MG) à frente da resistência. O presidente tucano, Marconi Perillo, descartou a possibilidade, frustrando os planos de Riedel e Azambuja, que planejavam utilizar o Fundo Eleitoral do PSD para suas campanhas.

Apesar do revés, Kassab segue focado nos governadores tucanos. Em um evento recente em Recife (PE), ele abonou a filiação de Raquel Lyra e reafirmou o interesse em ampliar a presença do PSD nos estados, incluindo a conquista de Riedel e Eduardo Leite.

A disputa pelo apoio de Riedel, no entanto, é acirrada. O PL e o PP também tentam atraí-lo, com o apoio dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Tereza Cristina (PP), eleita na mesma chapa que Riedel em 2022.

Questionado pelo Correio do Estado, Riedel afirmou que aguardará a definição do PSDB nacional sobre o futuro do partido antes de tomar uma decisão. “O presidente Marconi Perillo estabeleceu um prazo até o fim deste mês para definir a questão. Estamos dialogando internamente, mas é natural que outros partidos demonstrem interesse em alianças”, disse o governador.

PSD amplia influência nacional

O PSD tem promovido uma debandada do PSDB, especialmente em São Paulo, berço tucano. Kassab integra o secretariado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e já acertou a filiação do ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, que comandará a fundação Espaço Democrático. Hartung é cotado para disputar o Senado ou o governo em 2026.

O partido também busca ampliar sua presença na Esplanada dos Ministérios, negociando a troca do comando da Pesca e Aquicultura por uma pasta com maior orçamento e influência, como o Ministério da Indústria e Comércio, atualmente ocupado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

Com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nas mãos do senador Otto Alencar (PSD-BA), o partido consolida seu poder no Congresso Nacional. Além disso, o PSD foi o partido que mais elegeu prefeitos nas últimas eleições, superando o MDB, com 877 prefeituras.

Kassab busca fortalecer o partido para lançar um candidato à presidência em 2026, com o governador do Paraná, Ratinho Júnior, como principal nome até o momento. “Queremos participar das eleições presidenciais com uma candidatura própria, respeitando aqueles que não poderão nos acompanhar, seja da direita ou da esquerda. E acredito que o PSD sairá ainda mais fortalecido”, afirmou Kassab ao jornal O Globo.

Apesar de ocupar três ministérios no governo Lula (Agricultura, Pesca e Minas e Energia), o PSD mantém laços com o bolsonarismo e aposta em Tarcísio de Freitas como alternativa para a direita em 2026.

Créditos: correiodoestado.com.br