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Com discurso de ódio, recheado de preconceitos e antissemitismo, petista Gleice Jane chama Israel de genocida e sem tecnologia

Glaice Jane - Foto: Luciana Nassar
Gleice Jane – Foto: Luciana Nassar

Na sessão desta terça-feira, 24 de junho de 2025, a deputada estadual Gleice Jane (PT) transformou o espaço do pequeno expediente em palco para um ataque virulento e desinformado contra Israel. Seu discurso, carregado de premissas falsas, linguagem agressiva e rechadas de preconceito e antissemitismo, exige uma refutação baseada nos fatos, no contexto histórico e no rigor que se espera, inclusive, de sua qualificação profissional.

O cerne da investida da parlamentar foi a viagem de um secretário de estado de Mato Grosso do Sul a Israel, sob a justificativa de buscar ciência e tecnologia. A deputada, em uma demonstração flagrante de desconhecimento e má-fé, rotulou essa justificativa como uma “desculpa”, alegando que Israel “não é a grande referência em ciência e tecnologia no mundo”. Essa afirmação não apenas ignora, mas distorce a realidade. É particularmente notável e preocupante que tal desinformação e desconhecimento partam de alguém que teoricamente seria uma professora, mas não passa de uma professora de festa junina. Espera-se de educadores um compromisso com a busca e a apresentação precisa dos fatos, baseando suas colocações em dados concretos e estudos. No entanto, a deputada demonstrou ignorância sobre a realidade de Israel, amplamente reconhecido como um dos principais polos de inovação e tecnologia do planeta, a “Startup Nation”, com o maior investimento em P&D per capita do planeta, uma densidade inigualável de startups e a presença dos principais centros de pesquisa e desenvolvimento das gigantes tecnológicas mundiais. Desqualificar essa realidade para minar uma iniciativa de intercâmbio tecnológico é uma clara manipulação dos fatos e um desserviço ao debate sobre o potencial de cooperação, especialmente vindo de alguém que, por profissão, deveria valorizar o conhecimento e a pesquisa.

Deputada Gleice Jane levanta cartaz da tribuna da ALEMS escrito “ROMPER RELAÇÕES COM O ESTADO GENOCIDA DE ISRAEL #PALESTRINALIVRE”.

A retórica da deputada escalou perigosamente ao vincular a viagem ao conflito em Gaza, acusando Israel de tentar “garantir uma imagem bonita” enquanto estaria promovendo um “processo tenso de genocídio”. A parlamentar chegou ao extremo de classificar Israel como um “Estado terrorista”, proferindo acusações gravíssimas e infundadas de que o país estaria matando mulheres, crianças, bombardeando e amputando crianças. Tais alegações, desprovidas de qualquer base factual comprovada e proferidas na tribuna legislativa, não apenas banalizam o termo “terrorismo” e “genocídio”, mas ecoam narrativas difamatórias que historicamente alimentam o ódio contra judeus e o Estado de Israel.

Para além da retórica inflamatória e da desinformação sobre a capacidade tecnológica, o discurso da deputada ignora a complexa e desafiadora realidade de segurança que Israel enfrenta desde a sua criação. Desde 1948, ano de sua fundação, Israel foi imediatamente atacado por uma coalizão de estados árabes e, ao longo de todas as décadas seguintes, enfrentou e continua enfrentando conflitos armados envolvendo estados ou grupos terroristas apoiados por estados. De grandes guerras convencionais contra exércitos de múltiplos países vizinhos (como em 1948, 1956, 1967 e 1973) a conflitos assimétricos contínuos com organizações terroristas como OLP, Hamas e Hezbollah, frequentemente armadas e financiadas por regimes hostis como o Irã e a Síria, Israel vive sob constante ameaça. Ignorar esse contexto histórico de agressão e defesa para rotular Israel simplisticamente como um “Estado terrorista” que age sem provocação é uma distorção perigosa da realidade e um reflexo de uma análise superficial e ideologicamente enviesada. A gravidade dessas acusações, sem o devido rigor e contexto histórico, expõe uma agenda que busca demonizar Israel a qualquer custo, ignorando seu direito de se defender contra aqueles que buscam sua destruição.

A crítica ao gasto público com a viagem, baseada na premissa falaciosa de que Israel não seria uma referência tecnológica e seria um “Estado terrorista”, desmorona diante dos fatos e da história. Israel é, inegavelmente, uma referência em S&T, tornando a busca por cooperação nessa área não uma “desculpa”, mas uma oportunidade estratégica. A alegação de “orientação nacional dos riscos” para tais viagens, feita sem qualquer evidência, apenas reforça a impressão de que a deputada buscava pretextos para atacar Israel.

Tracho na íntegra da fala da deputada

Em suma, o discurso da deputada Gleice Jane representa um lamentável exemplo de como a tribuna pública pode ser utilizada para disseminar desinformação, preconceitos e ataques virulentos baseados em ideologia, e não em fatos ou na história. Desqualificar a relevância tecnológica de Israel e rotulá-lo de “Estado terrorista” e “genocida” com base em acusações infundadas e ignorando décadas de conflitos impostos ao país não contribui para o debate público, mas sim para a polarização e a propagação de narrativas hostis que beiram o antissemitismo. É fundamental que o debate político se paute pela verdade, pela responsabilidade e pelo reconhecimento da complexidade histórica, e não por ataques odiosos disfarçados de crítica, especialmente quando proferidos por alguém cuja profissão exige compromisso com o conhecimento e a precisão.

ISRAEL

Israel, frequentemente apelidado de “Startup Nation”, consolidou sua posição como um centro global de inovação e tecnologia. Apesar de seu tamanho geográfico modesto, o país se destaca por sua vibrante indústria de alta tecnologia, impulsionada por um ecossistema robusto que inclui pesquisa e desenvolvimento de ponta, investimento de risco significativo e um talento humano altamente qualificado, muitas vezes oriundo de unidades tecnológicas militares de elite.

A contribuição tecnológica de Israel abrange diversas áreas que impactaram o mundo. Na área de conectividade e comunicação, inovações como o USB flash drive (DiskOnKey), desenvolvido pela M-Systems, e o pioneiro serviço de mensagens instantâneas ICQ foram marcos. A tecnologia médica (MedTech) viu avanços notáveis com a PillCam, uma câmera em formato de pílula que revolucionou a endoscopia.

O setor automotivo e de transporte foi transformado por tecnologias israelenses como o Waze, o popular aplicativo de navegação baseado em comunidade (adquirido pelo Google), e a Mobileye, líder em sistemas avançados de assistência ao motorista (ADAS) e tecnologia para carros autônomos (adquirida pela Intel).

Na defesa e segurança, Israel é reconhecido mundialmente. O sistema de defesa antimísseis Iron Dome é um exemplo proeminente. A expertise em cibersegurança é particularmente forte, com Israel sendo um líder global em soluções de segurança digital, exemplificado pela Check Point, pioneira em firewalls.

Outras áreas de destaque incluem a tecnologia da água, onde Israel é pioneiro em dessalinização e técnicas eficientes como a irrigação por gotejamento, e a tecnologia agrícola (AgriTech), com inovações para otimizar o uso de recursos.

O cenário empresarial de Israel é povoado por empresas de sucesso internacional. Além da já mencionada Check Point Software Technologies, uma das maiores empresas de cibersegurança do mundo, outras companhias notáveis incluem a Teva Pharmaceutical Industries, uma das maiores empresas farmacêuticas genéricas globais; a NICE Ltd., fornecedora de software para gerenciamento de experiência do cliente; a Elbit Systems e a Israel Aerospace Industries (IAI), gigantes da eletrônica de defesa e aeroespacial; a Wix, uma plataforma popular de criação de sites; a CyberArk, especializada em segurança de identidade; a Amdocs, focada em software e serviços para telecomunicações; a Verint Systems, em inteligência de ação; e a Netafim, líder em irrigação por gotejamento.

A excelência acadêmica e científica de Israel também se reflete no reconhecimento internacional, incluindo o Prêmio Nobel. Vários israelenses foram agraciados com este prestigioso prêmio em diversas áreas:

  • Shimon Peres (Paz, 1994)
  • Yitzhak Rabin (Paz, 1994)
  • Robert Aumann (Ciências Econômicas, 2005)
  • Aaron Ciechanover (Química, 2004)
  • Avram Hershko (Química, 2004)
  • Ada Yonath (Química, 2009)
  • Dan Shechtman (Química, 2011)
  • Michael Levitt (Química, 2013)
  • Arieh Warshel (Química, 2013)
  • Daniel Kahneman (Ciências Econômicas, 2002) – frequentemente citado como israelense-americano.

É importante notar que, embora o número de laureados com cidadania israelense seja expressivo para um país de seu tamanho, a alta representatividade em Prêmios Nobel é ainda mais notável quando se considera a origem judaica em escala global. Estima-se que cerca de 20% a 25% de todos os laureados com o Prêmio Nobel ao longo da história sejam de origem judaica, independentemente de sua nacionalidade. Essa estatística, embora distinta do número de laureados especificamente israelenses, sublinha uma forte tradição histórica de busca pelo conhecimento, excelência acadêmica e contribuição científica entre pessoas de herança judaica em todo o mundo, muitos dos quais não são cidadãos de Israel.

Em resumo, Israel se estabeleceu como uma potência tecnológica e um centro de inovação global. Suas contribuições vão desde invenções de uso diário até sistemas de defesa avançados, impulsionadas por um ecossistema dinâmico de startups e empresas estabelecidas. A proeminência em áreas científicas e a conquista de Prêmios Nobel por seus cidadãos, juntamente com a notável proporção de laureados de origem judaica globalmente, destacam a profunda conexão de Israel com a vanguarda da ciência e da tecnologia mundial.

VÍDEOS QUE AJUDARÃO A DEPUTADA E SEUS SIMPATIZANTES SOBRE TECNOLOGIA E ISRAEL