Governo federal restabelece exigência após fracasso nas negociações por reciprocidade, revertendo decisão unilateral da era Bolsonaro

A partir de 10 de abril, turistas norte-americanos, canadenses e australianos precisarão novamente de visto para entrar em território brasileiro. A medida chega após sucessivas tentativas frustradas do governo Lula de estabelecer condições mais equilibradas para brasileiros que desejam visitar estes países, evidenciando o fracasso da diplomacia bilateral neste tema.
Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro havia suspendido unilateralmente a exigência de vistos para cidadãos desses três países, além do Japão, numa aposta para impulsionar o setor turístico nacional. A decisão, criticada à época por especialistas em relações internacionais, abriu mão de um princípio básico da política externa: a reciprocidade.
Desde que reassumiu o poder, o governo petista tentou reverter esta situação desvantajosa para os brasileiros, buscando negociar condições mais favoráveis ou similares para a entrada de cidadãos nacionais naqueles países. Após diversas prorrogações do prazo para restabelecer a exigência de vistos, o Itamaraty finalmente decidiu implementar a medida depois de um ano adicional de conversas infrutíferas.
Apenas o Japão demonstrou disposição para flexibilizar suas regras migratórias para brasileiros, enquanto Estados Unidos, Canadá e Austrália mantiveram suas rígidas exigências, ignorando o aceno diplomático feito pelo Brasil durante os últimos anos.
A decisão representa um retorno à política tradicional brasileira de reciprocidade em matéria consular, encerrando uma exceção que gerou poucos benefícios concretos para o turismo nacional enquanto mantinha os brasileiros em desvantagem quando desejavam visitar esses países.