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Zion Produções, responsável por polêmica com hino em linguagem neutra, volta a ser contratada pelo PT

Foto: Reprodução/Instagram
Foto: Reprodução/Instagram

A Zion Produções, empresa que se envolveu em uma polêmica ao alterar o Hino Nacional para linguagem neutra em um evento de campanha de Guilherme Boulos (Psol), foi novamente contratada pelo PT. De acordo com informações divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo, a produtora agora ocupa a posição de principal fornecedora do diretório nacional do PT para 2025.

O episódio controverso aconteceu em agosto de 2024, durante um evento na Praça do Campo Limpo, em São Paulo, quando uma cantora contratada pela Zion modificou a frase “dos filhos deste solo és mãe gentil” para “des filhes deste solo”. A apresentação, que teve a participação de Boulos, do presidente Lula e da ex-candidata a vice-prefeita Marta Suplicy, foi amplamente criticada por opositores políticos.

Embora o partido de Boulos seja defensor da linguagem neutra, ele tentou se distanciar do episódio, apagando vídeos nas redes sociais, responsabilizando a produtora pela escolha da artista e rescindindo o contrato quatro dias depois. Contudo, a Zion recebeu R$ 720 mil durante a campanha.

Mesmo com a repercussão negativa, a empresa foi novamente contratada pelo PT. Em fevereiro deste ano, a Zion organizou a celebração de 45 anos do partido no Rio de Janeiro, com um custo de aproximadamente R$ 600 mil pagos em uma única parcela. Ao longo de 2025, a única vez que o diretório nacional do PT fez repasses superiores a esse valor foi para o Tesouro Nacional e a Fundação Perseu Abramo.

A Zion Produções é liderada por Warley Alves Barbosa, ex-candidato a vereador pelo Psol em 2016, que obteve apenas 24 votos e afirmou ter desistido da campanha antes da eleição. A empresa, que começou como microempreendimento, cresceu durante as campanhas do PT e esteve envolvida em várias ações do partido, incluindo as campanhas de Fernando Haddad e Jilmar Tatto, além do “Festival do Futuro”, que ocorreu na posse de 2022. Embora a Zion tenha sido responsável pela organização, o PT nega ter sido o organizador, o que resultou na ausência desse evento nas prestações de contas à Justiça Eleitoral.

Nos anos sem eleição, a produtora continuou recebendo contratos do PT, com valores que foram de R$ 2 mil em 2020 para R$ 533,7 mil em 2022, focando em ações de formação política e promoção partidária.

A direção do PT justifica a continuidade da parceria com base na confiança, na qualidade dos serviços prestados e no cumprimento dos prazos. A Zion, por sua vez, afirmou que revisou seus procedimentos após a polêmica envolvendo a alteração do hino.