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Lula surpreende e nomeia Gleisi Hoffmann ministra de Relações Institucionais

Indicação da presidente do PT causa impacto nos bastidores do governo

Foto: Sergio Lima/Poder360
Foto: Sergio Lima/Poder360

Em uma movimentação inesperada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta sexta-feira (28), a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, como nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República. A pasta é responsável pela interlocução do governo com o Congresso Nacional e demais Poderes.

Gleisi substituirá Alexandre Padilha, que foi deslocado para comandar o Ministério da Saúde. A posse da deputada está marcada para o dia 10 de março, após o feriado de Carnaval. Lula confirmou a nomeação em suas redes sociais, afirmando que a nova ministra será responsável pela “interlocução do Executivo com o Legislativo e demais entes federados”.

Reforma ministerial e estratégia política

A nomeação de Gleisi faz parte de uma reforma ministerial que começou com a substituição de Nísia Trindade por Alexandre Padilha na Saúde. Lula justificou a troca alegando a necessidade de um perfil mais “agressivo e ágil” na gestão da pasta.

Durante entrevista ao programa Balanço Geral Litoral, da Record, o presidente afirmou: “Nísia é uma companheira da mais alta qualidade, minha amiga pessoal, mas estou precisando de um pouco mais de agressividade, mais agilidade, mais rapidez; por isso, estou fazendo algumas trocas”.

A SRI desempenha papel central na articulação do governo, especialmente junto ao Congresso Nacional. Alexandre Padilha enfrentou dificuldades nesse cargo, sendo criticado por sua fraca interlocução com diferentes setores políticos e por sua relação conturbada com Arthur Lira (PP-AL), então presidente da Câmara dos Deputados.

Desafios para Gleisi Hoffmann

Gleisi assume a SRI em um momento delicado para o governo Lula, que tem enfrentado quedas em sua popularidade e precisa reagir para reverter os índices de desaprovação. A nova ministra terá como principal missão reconstruir pontes com o Congresso e garantir apoio às pautas do Executivo.

Entre as prioridades do Planalto está a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, proposta que tem sido discutida no Ministério da Fazenda e que o governo pretende levar ao Congresso ainda neste ano.

A escolha de Gleisi, uma das figuras mais alinhadas ideologicamente a Lula, indica que o presidente pretende reforçar sua base mais fiel. No entanto, a deputada também é vista como um nome polarizador, o que pode dificultar a construção de consenso com setores mais pragmáticos da política nacional.