
O governo Lula adiou para esta quarta-feira (26) a reunião que pode oficializar a liberação do saque-rescisão para trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário do FGTS. O encontro, que contará com a presença do presidente, do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e de centrais sindicais, estava previsto para esta terça-feira (25), mas foi postergado. A medida provisória que será discutida busca acabar com a quarentena de dois anos imposta aos trabalhadores que optaram pelo saque anual e, posteriormente, foram demitidos sem justa causa.
A alteração nas regras do FGTS vem sendo debatida pelo governo desde 2024 e é vista como uma tentativa de conter a queda de popularidade do presidente. O ministro Luiz Marinho, inicialmente, defendia a extinção do saque-aniversário, mas a proposta enfrentou forte resistência, já que a modalidade conquistou adesão significativa entre os trabalhadores. Diante disso, o governo optou por flexibilizar as regras, permitindo o acesso ao saldo do fundo em caso de demissão, sem abrir mão do saque anual.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificou a mudança alegando que muitos trabalhadores teriam sido “induzidos ao erro” ao aderir ao saque-aniversário, sem entender completamente as restrições impostas ao saque-rescisão. A medida também se alinha às preocupações do governo com o desaquecimento da economia nos próximos meses, buscando injetar recursos e estimular o consumo. A decisão segue a linha de ações adotadas em governos anteriores, como a liberação do FGTS inativo em 2017, durante a gestão Michel Temer, que movimentou R$ 44 bilhões na economia.