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Agronegócio sofre retração no governo Lula e registra pior resultado desde 2016

Foto: Freepik
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O agronegócio brasileiro, pilar fundamental da economia nacional e peça-chave na segurança alimentar global, enfrenta um cenário de retração no segundo ano do governo Lula. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor entrou em declínio, acumulando quatro trimestres consecutivos de queda e registrando um desempenho negativo ao longo de 2024.

O balanço das contas nacionais divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (7) revelou uma retração de 1,5% na produção agropecuária no quarto trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse foi o quarto trimestre seguido de perdas, consolidando um recuo anual de 3,2% no setor, o pior resultado desde 2016, quando a retração foi de 5,2% sob os efeitos da crise econômica do governo Dilma Rousseff.

A queda expressiva do agronegócio seguiu uma tendência preocupante ao longo de 2024:

  • 1º trimestre: redução de 5,5% em relação ao trimestre anterior;
  • 2º trimestre: recuo de 3,3%;
  • 3º trimestre: retração de 0,8%;
  • 4º trimestre: nova queda de 1,5%.

Além da redução na produção agropecuária, segmentos estratégicos do setor também foram impactados. As vendas de colheitadeiras de grãos, maquinário essencial para a atividade, caíram drasticamente, ficando abaixo da metade do volume comercializado em 2023. O impacto financeiro do declínio também foi sentido no aumento dos pedidos de recuperação judicial de empresas do agro, que cresceram 60% segundo levantamento da Serasa. No setor bancário, a inadimplência nos financiamentos rurais do Banco do Brasil dobrou, saltando de menos de 1% em 2023 para mais de 2% em 2024.

Analistas apontam diversos fatores que têm prejudicado o desempenho do agronegócio:

  • Crédito mais caro e restrito, com juros elevados e maior rigor na concessão de financiamentos;
  • Queda nos preços das commodities agrícolas, reduzindo a margem de lucro dos produtores;
  • Aumento dos custos de produção, impulsionado pelo câmbio e pela elevação dos preços dos insumos importados;
  • Insegurança política e regulatória, agravada pelos constantes atritos entre o setor agropecuário e o governo federal.

Após anos de resiliência, incluindo um crescimento expressivo mesmo durante a pandemia, o agronegócio agora enfrenta um cenário de incerteza e retração sob a gestão atual. A falta de políticas eficazes para estimular o setor e garantir previsibilidade econômica tem gerado preocupação entre produtores e investidores, comprometendo o desempenho de um dos pilares da economia brasileira.