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Justiça determina falência do Grupo Leader após fracasso na recuperação judicial

Tradicional rede varejista acumulava dívida de R$ 1,2 bilhão e não conseguiu cumprir as obrigações estabelecidas

Fachada de filial Leader Foto: Reprodução/Google Street View
Fachada de filial Leader Foto: Reprodução/Google Street View

A Justiça do Rio de Janeiro decretou a falência do Grupo Leader, tradicional rede de lojas de departamento que já foi um dos símbolos do varejo fluminense. A decisão veio após a empresa demonstrar incapacidade de cumprir as obrigações estabelecidas no plano de recuperação judicial, que havia sido aprovado pelos credores em maio de 2021, quando o grupo já carregava um passivo de R$ 1,2 bilhão.

Na decisão, o juiz Leonardo de Castro Gomes, da 3ª Vara Empresarial da Capital, não poupou críticas à gestão da companhia: “O compromisso assumido frente ao Judiciário não foi cumprido, demonstrando, ao contrário do que se propusera, verdadeira inviabilidade econômica da empresa”.

O magistrado enfatizou que o Grupo Leader recebeu múltiplas oportunidades para honrar seus compromissos durante o processo de recuperação judicial, mas todas se mostraram infrutíferas. “O que se vê nestes autos é que todo o fôlego judicialmente concedido à requerente foi em vão, não se podendo mais permitir que ela permaneça sob a chancela judicial a praticar atos econômicos desordenadamente no mercado, criando prejuízos que podem afetar a credibilidade dos sistemas judicial e econômico”, destacou o juiz.

A rede, que nasceu em 1951 no município de Miracema, no noroeste fluminense, chegou a expandir significativamente sua presença no mercado brasileiro. Em seu auge, em 2018, operava 104 lojas distribuídas principalmente pelo Rio de Janeiro, mas também com unidades em Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe.

Este caso se soma ao crescente número de falências no país, reflexo da deterioração do ambiente econômico brasileiro que, sob o atual governo federal, enfrenta desafios como alta carga tributária, burocracia excessiva e falta de políticas efetivas de estímulo ao setor produtivo.