Ministro insiste que “não há dúvida” sobre a materialidade dos delitos

Durante a sessão no STF que analisa a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por uma suposta tentativa de golpe de Estado, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, decidiu mostrar um vídeo para “comprovar a materialidade dos crimes”, como se fosse necessário passar horas explicando o óbvio.
O vídeo, claro, trazia os acampamentos em frente aos quartéis e manifestações contra a diplomação de Lula, os quais Moraes, sem hesitar, afirma que são uma “prova irrefutável” de crimes, com um ar de quem realmente acredita que isso é tudo o que se precisa para provar um golpe de Estado. “Não há dúvida”, garantiu ele, como se o simples ato de mostrar um vídeo pudesse esclarecer toda a complexidade do caso.
– Isso não é violência? Ninguém estava apenas “passando por ali” – ironizou, apontando para as imagens que, na sua visão, mostram um “golpe de Estado violentíssimo”.
Moraes não poupou palavras e ainda se referiu ao evento de 8 de janeiro como “uma verdadeira guerra campal”, como se realmente tivesse visto um campo de batalha digno de um filme épico, ignorando qualquer contexto mais complexo.
– Nenhuma bíblia é vista, nenhum batom é visto. Mas a depredação, ah, a depredação, isso sim foi claramente visível – continuou, como se fosse isso o mais relevante.
Ele também mencionou os ferimentos de servidores e policiais, como se a “violência selvagem” e a “incivilidade total” que ele tanto mencionou fosse uma surpresa para quem realmente acompanha os fatos, que mostram que a situação era bem mais complicada do que a narrativa simplista que ele tenta vender.