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EUA aumentam compras de carne bovina de MS antes do tarifaço de Trump

Ferson Oliveira / Correio do Estado
Ferson Oliveira / Correio do Estado

As exportações de carne bovina de Mato Grosso do Sul para os Estados Unidos registraram um aumento expressivo nos meses que antecederam a implementação das novas tarifas comerciais impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump.

Em março, o volume financeiro das vendas atingiu US$ 32,9 milhões, representando um crescimento de 443% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando as exportações somaram apenas US$ 6 milhões. Em relação a fevereiro de 2025, quando os embarques já haviam sido significativos (US$ 23,4 milhões), também houve aumento.

No primeiro trimestre deste ano, as vendas de carne bovina para os EUA já totalizaram US$ 75,3 milhões, contra US$ 42,7 milhões do mesmo período de 2024, um crescimento de 76,3%. Especialistas acreditam que esse aumento representa uma corrida dos importadores norte-americanos para estocar o produto antes da taxação de 10% que entrou em vigor este mês.

Enquanto isso, a China segue como o principal parceiro comercial do estado, respondendo por 47% das exportações sul-mato-grossenses. Os produtos mais vendidos para o mercado chinês são celulose, soja e carne bovina, com um volume de US$ 1,18 bilhão no primeiro trimestre.

A celulose se consolidou como principal produto exportado por MS, representando 37% das vendas externas. No primeiro trimestre, o volume comercializado mais que dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado, passando de US$ 488 milhões para US$ 920 milhões, impulsionado pela entrada em operação da unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo.

Já a soja, mesmo com queda de 10% nas vendas neste trimestre, continua sendo o segundo produto mais exportado, com US$ 641 milhões. A carne bovina ocupa o terceiro lugar, com 13% da cesta de produtos e vendas de US$ 339 milhões, um aumento de 34,4% em relação ao mesmo período de 2024.

O secretário Jaime Verruck, da Semadesc, afirmou que as tarifas impostas pelos EUA trazem novos desafios: “Para que eu continue vendendo pelo mesmo preço, vou ter de comprimir minha margem ou ser mais competitivo”.

Fonte: www.correiodoestado.com.br