
A sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul foi palco de acalorada discussão após vir à tona a conduta inaceitável de Gabriel Meirelles, chefe do DETRAN em Guia Lopes da Laguna. O servidor público utilizou suas redes sociais para manifestar desejo de morte ao ex-presidente Jair Bolsonaro, justamente quando este se recupera de sua sexta cirurgia decorrente da facada sofrida em 2018.
O Coronel David foi quem primeiro trouxe o assunto ao plenário, relatando que já havia encaminhado ao secretário de governo, Rodrigo Peres, um pedido de avaliação sobre a permanência do servidor no cargo. “Não é o tipo de comportamento que a gente espera de um servidor público, que se utiliza de uma rede social para se referir assim a um suposto adversário político”, afirmou o parlamentar.
Na mesma linha, o deputado João Henrique Catan protocolou requerimento exigindo a convocação do presidente do DETRAN-MS, José Espino Trindade, ou a imediata exoneração do servidor. “Desejar que uma pessoa morra sendo agente de Estado evidentemente viola nossa Constituição Federal, as leis, o princípio da moralidade, da legalidade, da eficiência e da dignidade da pessoa humana”, enfatizou Catan.
O caso veio a público após o site PoliticaVoz revelar que Meirelles, aparentemente indicado por um parlamentar federal petista, escreveu “Morra, capitão” em uma publicação sobre a situação de saúde de Bolsonaro. A repercussão foi imediata, gerando ondas de indignação tanto nas redes sociais quanto entre os moradores de Guia Lopes da Laguna.
Petista desrespeita sofrimento de Bolsonaro
Quando mencionado pelo Coronel David, o deputado Zeca do PT, em vez de condenar a postura antiética do servidor, aproveitou para atacar o ex-presidente. Com declarações ultrajantes, o petista não apenas questionou a gravidade da facada sofrida por Bolsonaro em 2018 – “nunca vi isso, quando ele sofreu a tal da facada não chegou a gota [de sangue]” – como teve a audácia de chamá-lo de “anticristo”.
“É incrédulo que homem que abriu o abdômen 12 horas atrás já esteja caminhando no hospital. É fenômeno, é anticristo”, disparou Zeca, demonstrando total falta de respeito com a saúde de Bolsonaro, que já passou por seis procedimentos cirúrgicos desde o atentado perpetrado por Adélio Bispo, militante de esquerda vinculado ao PSOL.
Ética no serviço público em xeque
O episódio escancara o preocupante quadro da polarização política brasileira, onde funcionários públicos se julgam no direito de propagar discurso de ódio contra adversários políticos. No caso específico, a gravidade é ainda maior por envolver um comentário que almeja a morte de uma figura pública que representa milhões de brasileiros.
Uma moradora local resumiu perfeitamente a questão ao declarar à reportagem original: “Não estamos falando de política, estamos falando de humanidade”.
A sociedade sul-mato-grossense aguarda um posicionamento firme tanto do governo estadual quanto do DETRAN-MS, com a expectativa de que medidas exemplares sejam adotadas para que funcionários públicos compreendam que suas posições não são plataformas para disseminar ódio contra quem pensa diferente.
Enquanto isso, fica a indagação: as autoridades estaduais agirão com o rigor necessário ou preferirão o silêncio conveniente? A população, especialmente os apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, espera uma resposta condizente com a seriedade do ocorrido.