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Brasil afunda em dívidas: 70 milhões de brasileiros negativados expõem fracasso econômico

Inadimplência bate novo recorde em pleno governo Lula, com aumento de 4,59% em um ano; bancos lideram cobrança de calotes

Foto de Emil Kalibradov na Unsplash
Foto de Emil Kalibradov na Unsplash

O Brasil atingiu um alarmante patamar histórico de endividamento em abril de 2025, com 70,29 milhões de brasileiros com nome negativado, representando 42,36% da população adulta do país. O dado devastador foi revelado pelo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o SPC Brasil, e evidencia o progressivo colapso financeiro das famílias brasileiras durante a atual gestão federal.

O crescimento de 4,59% no número de inadimplentes em relação a abril de 2024 e de 1,09% na comparação com março deste ano reforça a trajetória contínua de deterioração econômica que assola lares em todas as capitais e no interior dos 26 Estados e do Distrito Federal.

“O novo recorde histórico de inadimplência evidencia a crescente dificuldade do brasileiro em equilibrar o orçamento no fim do mês”, afirmou José César da Costa, presidente da CNDL. Para ele, “a combinação de preços elevados em itens essenciais, o alto nível de endividamento das famílias e a trajetória de alta da taxa básica de juros contribuem diretamente para o agravamento desse cenário preocupante”.

Particularmente alarmante é o aumento de 46,43% entre pessoas com dívidas em atraso há 3 a 4 anos, justamente o período que coincide com o retorno da atual administração federal. A faixa etária mais atingida pela crise é a de 30 a 39 anos, com 17,38 milhões de pessoas negativadas – um impressionante 51,21% desse grupo demográfico que deveria estar no auge de sua capacidade produtiva.

Em valores, cada brasileiro inadimplente deve em média R$ 4.689,54, distribuídos entre 2,18 empresas credoras. A pesquisa revela ainda que três em cada dez inadimplentes deviam até R$ 500, enquanto quase 44% acumulavam débitos de até R$ 1.000 – números que desmontam a narrativa oficial de recuperação econômica.

O total de dívidas em atraso cresceu 8,75% em um ano, com o setor bancário registrando o maior avanço (12,41%). Apenas os setores de água e luz (–5,32%) e comércio (–2,03%) apresentaram queda, possivelmente devido à priorização das famílias por serviços essenciais.

“O recorde na inadimplência não pode ser enfrentado apenas com medidas pontuais”, alertou Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil. E continuou: “Parte da solução está na educação financeira, mas é indispensável que o governo atue para promover maior estabilidade econômica, com políticas de controle da inflação que não dependam exclusivamente do aumento da taxa de juros.”

Os bancos concentram 66,95% das dívidas, seguidos por água e luz (9,78%) e comércio (9,64%). Geograficamente, a região Centro-Oeste registra o maior percentual de inadimplentes (46,12%), enquanto o Sul apresenta a menor taxa nacional (37,85%), embora ainda extremamente elevada.

O estudo esclarece que, mesmo quando um consumidor possui múltiplos registros com o mesmo credor, apenas uma dívida por empresa é contabilizada, o que significa que o cenário real pode ser ainda mais grave do que os números já catastróficos apresentados.