Suplente reforça pedido de cassação e aponta possíveis contradições na argumentação de Leinha

A defesa do vereador Wilton Celeste Candelório, o Leinha, tenta afastar as acusações feitas pelo primeiro suplente do partido Avante, Denis Pereira da Silva, que entrou com uma ação na Justiça Eleitoral pedindo a cassação de seu mandato. O principal argumento de Leinha é que a desaprovação das contas de campanha não gera inelegibilidade de forma automática, reforçando que todas as despesas foram devidamente registradas. No entanto, sua justificativa parece esbarrar em contradições, especialmente diante das evidências apresentadas por Denis.
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Um dos pontos mais questionáveis da defesa é a negativa de que tenha utilizado materiais não declarados na campanha. Leinha afirma desconhecer qualquer peça gráfica ou publicitária que não tenha sido escriturada, mas imagens e vídeos amplamente divulgados nas redes sociais indicam o contrário. Os registros mostram materiais que, até o momento, não aparecem na prestação de contas oficial do vereador. Apesar disso, a defesa sustenta que tais provas não seriam suficientes para comprovar irregularidades, o que levanta dúvidas sobre a transparência da campanha.
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Outro aspecto controverso diz respeito à origem dos recursos utilizados. A defesa argumenta que a doação de R$ 9.000,00 feita pelo próprio candidato estava dentro dos limites legais e compatível com sua renda, mas a Justiça Eleitoral desaprovou suas contas justamente por considerar a comprovação desses valores insuficiente. Leinha apresentou sua Declaração de Imposto de Renda como justificativa, mas não anexou novos documentos que pudessem esclarecer de forma definitiva a legalidade dessa transação. A falta de uma explicação convincente reforça as suspeitas levantadas pela ação de Denis.
Além disso, um detalhe inusitado chamou atenção no recurso apresentado pelo suplente. Consta nos registros que o veículo GM/Corsa Wind, cor prata, ano 1999, placa AIN-7762, avaliado em R$ 10.588,00, está formalmente registrado em nome de Leinha. No entanto, na defesa, o vereador alegou que “o atual proprietário não realizou a devida transferência administrativa e trata-se, pois, de mera irregularidade administrativa, não se podendo atribuir a propriedade do mesmo ao requerido.” O argumento levanta questionamentos, pois, legalmente, o veículo continua sob sua titularidade, o que reforça mais uma inconsistência nas informações prestadas.
Entenda o caso
Denis Pereira ingressou com a ação na Justiça Eleitoral alegando que Leinha teve suas contas desaprovadas devido a inconsistências na comprovação dos recursos utilizados na campanha. De acordo com a sentença que rejeitou as contas do vereador, cerca de 69% dos valores arrecadados não foram devidamente comprovados.
Entre as alegações do suplente, há a afirmação de que Leinha omitiu informações sobre sua ocupação profissional e sua declaração de patrimônio ao registrar sua candidatura. Denis Pereira sustenta que essas omissões configuram uma tentativa de burlar as regras eleitorais, comprometendo a transparência do pleito.
Se a Justiça acatar o pedido de Denis Pereira, Leinha pode perder seu mandato e se tornar inelegível, o que abriria espaço para que o suplente assumisse a vaga na Câmara Municipal.
O caso segue em tramitação e ainda não há uma previsão para a decisão final da Justiça Eleitoral. O espaço segue aberto para novas manifestações do vereador Leinha e das partes envolvidas no processo.