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Temer pede para “repensar” anistia após sanções americanas contra família de Moraes

Ex-presidente classificou medidas dos EUA como “bastante agressivas” e disse que situação mudou o cenário político

Ex-presidente Michel Temer Foto: PR/Alan Santos
Ex-presidente Michel Temer Foto: PR/Alan Santos

O ex-presidente Michel Temer manifestou cautela quanto ao projeto de anistia que beneficiaria Jair Bolsonaro e envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, após as recentes sanções americanas contra a família do ministro Alexandre de Moraes.

Em entrevista à GloboNews durante evento para investidores em São Paulo, Temer classificou as medidas dos Estados Unidos como um “gesto bastante agressivo” que “modifica um pouco as coisas”. O emedebista reconheceu que a proposta, conduzida pelo deputado Paulinho da Força e pelo presidente da Câmara Hugo Motta, “estava fluindo bem”, mas agora exige reavaliação.

Impacto das sanções

As declarações surgiram após Viviane Barci, esposa de Alexandre de Moraes, ser alvo da Lei Magnitsky, junto com uma empresa da família do ministro. Para Temer, esse cenário alterou significativamente o contexto político da discussão sobre anistia.

O ex-presidente, que atua como conselheiro de Paulinho da Força na elaboração do projeto, já havia sinalizado à jornalista Malu Gaspar a necessidade de “repensar tudo de novo”. Embora não tenha definido qual caminho seguir, garantiu que continuará oferecendo orientações se solicitado.

Articulação política

Na última quinta-feira, Temer participou de reunião estratégica com os deputados Aécio Neves e Paulinho da Força para discutir os rumos da proposta. O projeto visa beneficiar condenados por suposto envolvimento em tentativa de golpe e nos atos antidemocráticos do início de 2023.

A mudança de postura do ex-presidente evidencia como fatores externos podem interferir nas negociações políticas internas, especialmente quando envolvem questões sensíveis relacionadas à democracia e ao sistema judiciário brasileiro.