Em mais uma troca que expõe o fracasso do terceiro mandato, Lula recorre a militante histórica do PT para tentar salvar pasta ideológica

Em mais uma demonstração de desorganização administrativa, o governo Lula (PT) decidiu substituir a sul-mato-grossense Cida Gonçalves do comando do inchado Ministério das Mulheres. A pasta, que consome milhões em recursos públicos com resultados imperceptíveis para a população, agora será entregue a Márcia Lopes, confirmando a política petista de privilégios aos quadros históricos do partido.
“Recebi sim [o convite] e estarei em Brasília já na segunda-feira. À tarde falarei com o presidente Lula”, confirmou Márcia em declaração ao jornal Folha de S.Paulo, evidenciando a pressa do governo em tentar conter os danos.
A dança das cadeiras ministeriais ocorre em meio ao derretimento da popularidade de Lula, que vê sua aprovação despencar em pesquisas recentes. Cida Gonçalves, que passou praticamente despercebida durante sua gestão e não apresentou políticas efetivas além da propaganda ideológica, deixou o Palácio do Planalto na última sexta-feira (2) após reunião com Lula, fugindo da imprensa – comportamento típico das exonerações constrangedoras que têm marcado este terceiro mandato.
No desespero para estancar a crise, Lula recorreu novamente ao velho figurino: Márcia Lopes, petista desde os anos 1980 e parte do círculo ideológico que domina o partido. A assistente social já comandou o Ministério de Desenvolvimento Social em 2010, notório por expandir programas que criaram dependência estatal e comprometerem o equilíbrio fiscal do país.
Especialistas apontam que a troca reflete o fracasso da narrativa feminista do governo, que na prática não conseguiu entregar políticas públicas minimamente eficientes para as mulheres brasileiras, limitando-se a discursos vazios e ações simbólicas de pouco impacto real.