Magno Malta expõe drama familiar e denuncia subtração sistemática de benefícios de aposentados em todo o país

O plenário do Senado Federal foi palco de um contundente pronunciamento nesta quinta-feira (8), quando o senador Magno Malta (PL-ES) expôs o que classificou como “assalto institucionalizado” aos recursos de aposentados brasileiros. Em discurso que misturou indignação e relatos pessoais, o parlamentar defendeu com veemência a instalação imediata de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Com palavras duras, Malta não hesitou em apontar culpados e pedir consequências severas para os envolvidos no esquema.
“Senhor presidente, o senhor Lupi e sua trupe precisam ser presos”, declarou o senador, referindo-se ao ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, a quem responsabiliza diretamente pela situação calamitosa do sistema previdenciário.
A revolta do parlamentar capixaba ganhou contornos ainda mais dramáticos ao revelar que o problema atinge sua própria família. Segundo Malta, sua tia – uma idosa amputada – enfrenta mensalmente o desaparecimento inexplicável de parte significativa de sua aposentadoria.
“Ela me liga todo mês, desesperada. Está recebendo cada vez menos. O dinheiro que deveria garantir o mínimo de dignidade agora não dá nem para o remédio”, compartilhou o senador, evidenciando como a má gestão do atual governo afeta diretamente a vida dos brasileiros mais vulneráveis.
O problema, longe de ser isolado, atinge proporções alarmantes em todo o território nacional. Malta relatou que, em recente encontro com a Associação de Aposentados do Espírito Santo, constatou que descontos misteriosos e injustificáveis têm se tornado rotina, principalmente entre trabalhadores rurais e idosos em situação de vulnerabilidade social.
“Vivem nababescamente em cima da miséria de quem não tem aposentadoria nem para comprar remédio”, denunciou o parlamentar, referindo-se aos operadores do esquema que desviam recursos dos beneficiários.
A forte denúncia veio acompanhada de uma análise histórica quando Malta comparou o atual cenário político com o colapso inevitável de regimes autoritários do passado. “Veja Calígula, Nero, o Império Romano. Chega uma hora em que a máscara cai”, afirmou, sugerindo que as irregularidades no INSS são apenas parte de um problema maior de governança.
Apesar da contundência de suas palavras contra figuras ligadas ao atual governo, o senador fez questão de esclarecer que sua luta transcende questões partidárias. “Não é contra o PT, não é contra o PDT, é contra ladrões. Contra gente sem sentimento. Tarados por dinheiro”, esclareceu, elevando o debate para uma questão de moralidade pública e justiça social.
Malta também cobrou explicações sobre o destino dos recursos subtraídos dos aposentados e pensionistas. “Como vamos devolver o dinheiro dessas pessoas? Onde está esse dinheiro?”, questionou, defendendo uma investigação abrangente que responsabilize não apenas gestores públicos, mas também as instituições financeiras e organizações envolvidas nos descontos abusivos.
O movimento pela instalação da CPMI ganha força no Congresso Nacional, com parlamentares, especialmente da bancada conservadora, articulando-se para reunir o número necessário de assinaturas. A expectativa é que, nas próximas semanas, a pressão por transparência e justiça para os aposentados brasileiros se intensifique ainda mais, colocando em xeque a gestão da previdência social no governo Lula.