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Rejeição popular: Simone Tebet é hostilizada em sua própria cidade natal durante celebração oficial

Ministra do governo Lula enfrenta vaias intensas em Três Lagoas, evidenciando crescente insatisfação com sua mudança de lado político

Foto: Print Redes Sociais
Foto: Print Redes Sociais

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, viveu momentos constrangedores em sua terra natal no último sábado (14), quando foi intensamente vaiada durante o desfile cívico comemorativo dos 110 anos de Três Lagoas. O episódio revelou o sentimento de traição que parte significativa da população local nutre pela ex-senadora, que abandonou suas convicções de direita para integrar o governo petista.

A hostilidade popular se manifestou logo no início da participação de Tebet no evento oficial, realizado no palanque principal onde estavam presentes figuras como a senadora Tereza Cristina (PP), o prefeito Cassiano Maia (PSDB), o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), o deputado estadual Pedro Caravina (PSDB) e seu marido, Eduardo Rocha (MDB), secretário de governo estadual.

Constrangimento público expõe contradições políticas

O momento mais revelador da rejeição popular ocorreu assim que a ministra tomou o microfone, após a fala da senadora Tereza Cristina. Os gritos de desaprovação foram tão intensos que Tebet se viu obrigada a interromper completamente seu discurso, aguardando que a manifestação de repúdio cessasse. Durante os protestos, foi possível observar Eduardo Rocha conversando discretamente com Caravina, evidenciando o desconforto geral no palanque oficial. A cena foi registrada pela equipe do jornal Perfil News, documentando o momento de maior tensão.

Mesmo tentando apelar para a nostalgia, lembrando de sua gestão como prefeita há duas décadas, a ministra continuou enfrentando manifestações contrárias. Tebet persistiu em seu discurso, mencionando a herança política familiar: “Conseguimos trazer a maior fábrica do mundo de celulose e hoje Três Lagoas é capital da celulose e Mato Grosso do Sul é referência mundial. Hoje, o Brasil conhece Três Lagoas”, declarou, referindo-se ao período em que seu pai ocupava o Senado enquanto ela administrava o município.

Promessas governamentais não amenizam descontentamento

Na tentativa de reconquistar simpatias, a representante do governo Lula destacou investimentos federais na região, citando especificamente a obra de R$ 200 milhões destinada ao contorno rodoviário municipal. “Fruto de emenda minha e que vai ficar pronto até ano que vem”, prometeu a ministra, buscando vincular seu nome aos projetos de infraestrutura local.

Tebet encerrou sua participação anunciando avanços relacionados à UFN3 (Unidade Fertilizantes Nitrogenados III), prometendo que “até o final do ano terá o contrato assinado e Três Lagoas terá a maior fábrica de fertilizantes nitrogenados da América Latina para gerar emprego para nosso povo”. Apenas neste momento final conseguiu arrancar alguns aplausos do público presente.

Redes sociais amplificam críticas à mudança ideológica

O episódio ganhou repercussão nas redes sociais, onde moradores locais não pouparam críticas à trajetória política da ministra. Os comentários mais recorrentes apontam que ela “deu as costas para a cidade” e “trocou de lado”, abandonando princípios conservadores para abraçar a agenda esquerdista do atual governo federal.

A recepção hostil em Três Lagoas simboliza um fenômeno mais amplo de rejeição popular enfrentado por políticos que abandonaram suas bases eleitorais originais para se alinharem ao projeto petista. O constrangimento público vivido por Tebet demonstra que mudanças oportunistas de posicionamento político têm custo eleitoral real, especialmente entre aqueles que conhecem de perto a trajetória dos representantes.