Condição imposta pela esquerda evidencia receio sobre sua influência no cenário internacional

O Partido dos Trabalhadores (PT) busca impor uma condição inusitada para aceitar que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) assuma a presidência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados: a retenção de seu passaporte. A exigência foi feita pelo líder petista Lindbergh Farias (RJ) em entrevista ao blog da Andréia Sadi, do G1, admitindo que o movimento tem como objetivo afastar Eduardo da função.
“Fizemos esse movimento para impedir que ele assuma a CREDN. Aceitamos qualquer nome, menos o dele. Se for ele, que seja sem passaporte”, declarou Lindbergh. O temor da esquerda é que Eduardo utilize a comissão para fortalecer suas relações internacionais, o que poderia contrariar os interesses petistas e do Supremo Tribunal Federal (STF). A preocupação maior gira em torno da articulação do parlamentar com autoridades dos Estados Unidos, especialmente após o deputado demonstrar intenção de barrar a entrada do ministro Alexandre de Moraes no país.
Pelo regimento da Câmara, a presidência das comissões é definida de acordo com o tamanho das bancadas, e o PL, sendo o maior partido da Casa, tem prioridade na escolha. O líder da legenda, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), já havia confirmado que Eduardo Bolsonaro assumiria o comando da CREDN. No entanto, o PT partiu para o confronto, chegando a acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) para solicitar a apreensão do passaporte do deputado e uma investigação sobre possíveis crimes. Mesmo com o caráter evidentemente político da medida, o ministro Alexandre de Moraes encaminhou o pedido à PGR, mantendo a pressão sobre o parlamentar.