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Prefeitura decreta emergência sanitária e considera fechar escolas diante do surto de gripe em Campo Grande

Medidas urgentes são implementadas pela gestão municipal para conter avanço dos casos de Influenza e proteger a população mais vulnerável

Foto: Redes Sociais
Foto: Redes Sociais

Em face da grave situação epidemiológica que assola Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes oficializou neste sábado (26) o decreto de emergência na saúde pública municipal. A medida, com validade inicial de 90 dias, surge como resposta estratégica ao crítico cenário de sobrecarga hospitalar, falta de leitos e aumento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente associados ao vírus da Influenza.

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã de hoje, a gestão municipal revelou que o plano emergencial de contenção do surto de gripe contempla uma série de medidas rigorosas, incluindo a possibilidade de fechamento temporário das escolas públicas, caso as ações iniciais não surtam o efeito desejado.

“Uma das grandes preocupações da prefeita são as crianças. Já são mais de 70 mortes desde janeiro, sendo 4 crianças abaixo de 4 anos, óbitos de duas crianças abaixo de 1 mês e uma de 1 mês”, alertou a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, evidenciando a gravidade da situação, especialmente entre o público infantil.

Segundo informações repassadas pela secretária, a rede hospitalar da capital já não dispõe de leitos infantis para casos de Influenza, e a perspectiva para as próximas semanas é de agravamento do cenário. “A tendência nossa, do município, é que haja esse crescimento nas próximas semanas, que tenha esse crescimento que houve nas duas, três semanas anteriores, e que isso se mantenha nas quatro e seis semanas posteriores. Se nós não conseguirmos mitigar, controlar e eliminar, a tendência vai só crescer”, explicou.

Medidas preventivas nas escolas

Como parte das medidas preventivas já em andamento, a Secretaria Municipal de Saúde iniciou a aplicação de vacinas nas escolas públicas, buscando imunizar o maior número possível de estudantes. A estratégia visa evitar a interrupção do ano letivo, embora o fechamento das unidades escolares não esteja descartado.

“Pode se aventar a possibilidade de não ter aulas? Pode. No momento não há necessidade. O mais importante é evitar aglomeração, pois o sistema imunológico das crianças é muito frágil, ainda em formação”, destacou Rosana Leite de Melo, reforçando que tal medida só será adotada em último caso.

Flexibilização de normas para ampliar atendimento

O decreto de emergência permitirá à Prefeitura de Campo Grande adotar procedimentos excepcionais para ampliar a capacidade de atendimento do sistema municipal de saúde, similar ao que ocorreu durante a pandemia de Covid-19. Entre as possíveis medidas estão a redução da distância entre leitos hospitalares e a flexibilização da proporção entre médicos e pacientes nas unidades de terapia intensiva.

“Além dessa situação epidemiológica, situação também de falta de leitos, o fato de nós decretarmos uma situação de emergência, como eu falei, nós temos unidades de terapia intensiva, nós temos unidades de terapia intensiva intermediárias. Cada uma tem uma característica nas normas da Anvisa, da vigilância, em uma situação de emergência, nós podemos colocar, tanto ética como legalmente, mais pacientes, a quantidade de pacientes possíveis, com as normas flexibilizadas”, explicou a secretária.

A gestão da prefeita Adriane Lopes demonstra, com estas ações, o compromisso de enfrentar o surto de forma proativa e responsável, priorizando a saúde pública dos campo-grandenses, especialmente dos grupos mais vulneráveis. O decreto visa garantir maior agilidade na implementação das medidas necessárias, permitindo resposta rápida frente às demandas crescentes do sistema de saúde.

Outro desafio enfrentado pelas autoridades sanitárias é o prolongado tempo de internação dos pacientes acometidos por quadros graves da doença. “A tendência de um paciente é ficar na média, de bons serviços, de 5 a 10 dias internados, então preocupa”, alertou Rosana.

A administração municipal acompanha de perto a evolução do cenário epidemiológico e deve anunciar novas medidas a partir desta segunda-feira (28), conforme o desenvolvimento da situação de emergência decretada.