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Preço da picanha dispara e supera 15% de aumento em um ano

Enquanto cortes populares chegam a subir até 25%, medidas do governo Lula fracassam em conter escalada dos preços dos alimentos

Foto de Emerson Vieira na Unsplash
Foto de Emerson Vieira na Unsplash

A mesa do brasileiro está cada vez mais cara, com os preços das carnes e itens básicos da alimentação disparando em ritmo alarmante. Este cenário expõe o fracasso do governo federal em uma de suas principais promessas de campanha: garantir o acesso da população a alimentos essenciais a preços acessíveis.

De acordo com os dados divulgados pelo IBGE na última sexta-feira (9), a picanha – um dos símbolos mais emblemáticos das promessas eleitorais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – acumulou alta de 15,6% em apenas 12 meses, contradizendo frontalmente as garantias feitas durante a campanha presidencial.

A situação é ainda mais dramática quando observamos os cortes bovinos mais consumidos pela população de baixa renda. O patinho registrou aumento de 24% no mesmo período, enquanto o acém disparou impressionantes 25%. Nem mesmo as alternativas mais econômicas escaparam da inflação galopante: os ovos de galinha subiram 16,7% e o frango, 9,2%.

Este quadro inflacionário se tornou uma dor de cabeça monumental para o Palácio do Planalto, que vê na disparada dos preços dos alimentos um fator crescente de deterioração da popularidade do presidente, especialmente entre as classes menos favorecidas.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,43% em abril, acumulando 5,53% em 12 meses – valor substancialmente superior à meta de 3% fixada pelo Conselho Monetário Nacional, evidenciando o descontrole da política econômica atual.

Em uma tentativa desesperada de conter a escalada de preços, o governo federal lançou em março um pacote de medidas que incluía a isenção do imposto de importação para produtos como carne, café e açúcar. A iniciativa, porém, mostrou-se completamente ineficaz, uma vez que o Brasil é um grande exportador desses itens e praticamente não depende de importações nesse setor – revelando a falta de conhecimento técnico da equipe econômica sobre a realidade produtiva nacional.

Atualmente, o governo deposita suas esperanças em fatores externos ao seu controle: a possibilidade de uma supersafra agrícola em 2025 e a recente valorização do real frente ao dólar. Esses elementos poderiam, eventualmente, diminuir os custos de produção e desacelerar a inflação dos alimentos nos próximos meses – demonstrando que a gestão atual não possui estratégias concretas e depende de circunstâncias favoráveis para tentar resolver os problemas econômicos do país.