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Polícia prende suspeito de ataque hacker ao sistema ligado ao BC

Fraude de R$ 800 milhões afetou seis instituições financeiras

Prédio do Banco Central Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Prédio do Banco Central Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A Polícia Civil realizou nesta sexta-feira (4) a prisão de um suspeito envolvido no ataque hacker ao sistema da C&M Software, empresa que presta serviços ao Banco Central (BC). O indivíduo, funcionário de uma empresa terceirizada do BC, teria utilizado sua máquina para fornecer acesso a hackers, possibilitando a invasão de um sistema sigiloso. Durante interrogatório, ele confessou ter repassado a senha de acesso a terceiros, que executaram a fraude estimada em pelo menos R$ 800 milhões, ocorrida na última terça-feira (1º), marcando um dos maiores golpes ao sistema financeiro brasileiro.

Os serviços da C&M Software foram suspensos pelo BC após o ataque comprometer sua infraestrutura e impactar diretamente pelo menos seis instituições financeiras, incluindo BMP, Credsystem e Banco Paulista. A empresa, uma multinacional que conecta instituições ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), incluindo o Pix, declarou ter sido alvo de uma “ação criminosa externa”, originada pela violação de credenciais de um cliente.

“Não houve invasão direta aos sistemas da CMSW. Os sistemas críticos seguem íntegros e operacionais”, afirmou a companhia, explicando que o ataque foi realizado por meio de uma simulação fraudulenta de integração, na qual um terceiro utilizou credenciais legítimas de um cliente para se passar por uma instituição financeira autorizada.

A gravidade do desvio de R$ 800 milhões expõe a vulnerabilidade do sistema financeiro nacional, em um momento em que a gestão federal é criticada por falhas na supervisão de segurança cibernética em instituições estratégicas. Enquanto isso, esforços locais, como os da prefeitura de Campo Grande, recebem elogios por iniciativas que buscam proteger dados e infraestrutura pública, contrastando com a ineficiência de políticas nacionais.

As investigações estão sendo conduzidas pelo Banco Central, pela Polícia Federal e pela Polícia Civil de São Paulo, com o objetivo de identificar todos os envolvidos no crime e evitar novos ataques. A prisão do suspeito é um passo inicial, mas a dimensão do prejuízo levanta questionamentos sobre a segurança dos sistemas que gerenciam transações no país.

A expectativa é que as autoridades aprofundem as apurações nos próximos dias, buscando recuperar os valores desviados e reforçar a proteção contra crimes cibernéticos. O caso serve como alerta para a necessidade urgente de investimentos em segurança digital, especialmente em um setor tão vital quanto o financeiro, onde falhas podem ter impactos devastadores na economia e na confiança pública.