Pedido será analisado por Alexandre de Moraes, conhecido por decisões parciais contra conservadores

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, encaminhou nesta quarta-feira (15) ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de reabertura do inquérito que havia sido arquivado pela Polícia Federal em março de 2022. O processo investigava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta interferência na corporação, uma acusação que já havia sido considerada improcedente ainda durante seu governo.
A reabertura atende a uma narrativa política antiga, originada da saída do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que, ao pedir demissão, insinuou pressões sobre o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. Mesmo sem qualquer prova concreta ou indício de irregularidade, Gonet afirmou em seu pedido que é “necessário apurar se houve efetivamente interferência”, e citou conversas de WhatsApp entre Moro e Bolsonaro de 2020 como nova base de investigação.
Segundo a Procuradoria, a PF deverá agora tentar relacionar o caso à chamada “Abin Paralela” e às acusações de uso do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em supostas “tramas golpistas” — alegações sustentadas por setores da esquerda e amplamente questionadas por juristas independentes. O caso será, mais uma vez, julgado pelo ministro Alexandre de Moraes, figura central das investigações que afetam aliados do ex-presidente e alvo de críticas por sua postura arbitrária e politizada dentro do Supremo.
A ofensiva jurídica reforça o clima de perseguição contra Jair Bolsonaro e o campo conservador, em um cenário no qual o STF e o governo Lula parecem caminhar em sintonia para fragilizar as principais lideranças da direita brasileira.