Aliados do presidente atingem apenas 4% do alcance de Nikolas Ferreira, evidenciando a fragilidade da comunicação governista nas redes

A administração Lula amarga mais uma derrota expressiva na arena digital, onde o Palácio do Planalto parece incapaz de articular respostas eficientes às críticas da oposição. Os números da última semana são devastadores: enquanto um único vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre supostas irregularidades no INSS ultrapassou a marca de 136 milhões de visualizações, todo o esforço conjunto dos aliados do presidente somou míseros 5,5 milhões de acessos – representando apenas 4% do alcance obtido pelo parlamentar de direita.
O vídeo publicado por Nikolas na terça-feira (6) segue a mesma receita de sucesso de conteúdos anteriores, como o que produziu sobre o Pix. Desta vez, o deputado mineiro direcionou suas críticas ao governo petista em relação aos descontos indevidos em aposentadorias e pensões, classificando o episódio como “o maior escândalo da história”. Como base para suas alegações, utilizou um relatório da própria Controladoria-Geral da União (CGU), órgão vinculado ao governo federal.
Diante da repercussão avassaladora, a resposta governista veio tardia e ineficaz. Somente dois dias após a viralização do conteúdo de Nikolas, o ministro da CGU, Vinicius Carvalho, decidiu gravar um vídeo-resposta para as redes sociais. Na tentativa de minimizar a crise, ele afirmou que as investigações sobre o caso teriam iniciado ainda em 2017 e que já foram identificadas fraudes somando R$ 6 bilhões, resultantes de operações conjuntas com a Polícia Federal. Seu esforço, no entanto, alcançou apenas 1,1 milhão de visualizações no X e Instagram combinados – menos de 1% do impacto obtido pelo deputado oposicionista.
A chamada “tropa de choque” do presidente também entrou em campo, mas com resultados igualmente desastrosos. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) tentou transferir a responsabilidade pelo suposto esquema fraudulento para o governo anterior, de Jair Bolsonaro, enquanto a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, dedicou-se a listar o que classificou como “mentiras que a oposição bolsonarista está espalhando nas redes”. Ambas as iniciativas tiveram alcance insignificante comparado ao tsunami digital provocado por Nikolas.
Entre os aliados do presidente, o desempenho menos vergonhoso foi do deputado André Janones (Avante-MG), que conseguiu 3,7 milhões de visualizações com sua publicação reagindo à operação da Polícia Federal. Ainda assim, seu alcance representou menos de 3% do obtido pelo deputado do PL, confirmando o abismo que separa a capacidade de mobilização digital da base governista em comparação com a oposição.
O episódio escancara um problema crônico da gestão petista: apesar dos vultosos investimentos em comunicação digital, o governo continua perdendo de forma humilhante a batalha pela atenção nas redes sociais. Enquanto figuras da direita dominam o ambiente virtual com conteúdos que engajam milhões, os representantes da esquerda parecem falar para bolhas cada vez mais restritas, incapazes de amplificar suas narrativas em um cenário onde a disputa pela informação se tornou crucial.