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O ataque à produtividade: PT avança com proposta que pode ameaçar empregos e elevar custos

Gleisi Hoffmann anuncia fim da escala 6×1 como “prioridade” em meio à recuperação frágil da economia; especialistas alertam para demissões em massa

Foto: Sergio Lima/Poder360
Foto: Sergio Lima/Poder360

Em mais uma tentativa de controlar o setor produtivo brasileiro com agendas ideológicas, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, anunciou que o fim da escala 6×1 de trabalho será uma das prioridades do governo petista no Congresso Nacional, ignorando os possíveis impactos devastadores que tal medida pode causar no já fragilizado mercado de trabalho do país.

“O debate sobre o fim da escala 6×1, que limita a vida além do trabalho, será encaminhado junto às comissões pertinentes, para envolvermos a sociedade e todos os setores abrangidos pelo tema”, declarou Gleisi em publicação na rede social X, utilizando a narrativa emocional típica da esquerda para promover uma medida que especialistas apontam como potencial catalisadora de desemprego.

A ministra ainda reforçou a retórica populista ao afirmar que “Queremos ouvir a todos (as)! Com diálogo e decisão política, é possível avançar sim. Mais empregos, desenvolvimento e mais justiça para os trabalhadores (as) é o que precisamos promover”, embora economistas alertem que o resultado prático pode ser exatamente o oposto.

Agenda eleitoral se sobrepõe à realidade econômica

Reforçando o tom eleitoreiro da proposta, o presidente Lula também abraçou o tema durante seu pronunciamento oficial pelo Dia do Trabalhador. “Está na hora do Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade”, afirmou em rede nacional de rádio e televisão na última quarta-feira (30), demonstrando que, mesmo diante dos desafios econômicos atuais, a preocupação principal do governo continua sendo agradar sua base eleitoral.

Em contraponto ao discurso governista, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), demonstrou maior sensatez ao afirmar que, apesar de ser uma medida “simpática” para a população, é preciso verificar seu “impacto negativo” e a “viabilidade” antes de avançar com a proposta.

“Não dá também para ficar vendendo sonho, sabendo que esse sonho não vai se realizar. Eu acho que isso é uma falta de compromisso com o eleitor”, declarou Motta, sinalizando que, até o ano eleitoral de 2026, a Câmara deve buscar uma “condução equilibrada e serena” das votações, em vez de ceder à pressão populista do governo.

Articulação para aprovar a qualquer custo

Apesar dos alertas sobre os impactos econômicos negativos, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), já articula para colocar a proposta em votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda nesta semana, primeira etapa de tramitação do texto de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP).

“A fala do Lula deu grande fôlego para que o fim da escala 6×1 seja pautada na CCJ”, comemorou Lindbergh ao jornal O Estado de São Paulo, evidenciando que a bancada governista pretende aproveitar o discurso presidencial para acelerar a aprovação da medida, sem um debate aprofundado sobre suas consequências para o setor produtivo.

A proposta acontece justamente quando o Brasil tenta se recuperar de anos de políticas econômicas desastrosas, com empresas já sobrecarregadas de impostos e obrigações trabalhistas que comprometem a competitividade nacional em um mercado global cada vez mais dinâmico e exigente.