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Novo golpe para Lula: Deputado recusa ministério e expõe fragilidade do governo

Em meio à crise de articulação política, Pedro Lucas do União Brasil preferiu seguir na Câmara a aceitar convite para Comunicações

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O presidente Lula (PT) enfrentou mais um revés político nesta terça-feira (22) quando o deputado federal Pedro Lucas (União Brasil-MA) rejeitou formalmente o convite para comandar o Ministério das Comunicações. A recusa evidencia as crescentes dificuldades do governo petista em consolidar sua base de apoio no Congresso e amplia a crise de articulação política que vem se intensificando nos últimos meses.

Em nota oficial divulgada após reunião com a direção de seu partido, Pedro Lucas justificou sua decisão com uma avaliação direta sobre onde poderia ser mais útil: “Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados”. O parlamentar, que seguirá como líder do União Brasil na casa legislativa, ainda se deu ao trabalho de pedir “desculpas” ao presidente pela negativa.

“Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil”, afirmou o deputado, em tom que apenas acentua o constrangimento imposto ao Palácio do Planalto.

O episódio torna-se ainda mais embaraçoso para o governo quando se lembra que, há apenas duas semanas, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, havia anunciado publicamente a indicação como certa: “O presidente aceitou e fez um convite também ao líder, para assumir o cargo”.

O comando do Ministério das Comunicações permanece vago desde o dia 8 de outubro, quando Juscelino Filho deixou o cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal por supostas irregularidades em emendas parlamentares. A dificuldade em preencher a vaga expõe a deterioração do capital político do governo e sua crescente incapacidade de atrair quadros para a equipe ministerial, mesmo entre partidos teoricamente alinhados à base governista.

A recusa de Pedro Lucas evidencia que, para muitos parlamentares, associar-se diretamente ao governo Lula representa mais um risco político do que uma oportunidade, especialmente quando se considera o desgaste da administração petista e seus crescentes índices de desaprovação.