Deputado compara traficantes com “rachadores e corruptos” e critica tentativa de desgaste

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) se posicionou publicamente sobre a prisão de seu primo, Glaycon Raniere de Oliveira, detido pela Polícia Federal com 30 quilos de maconha no porta-malas do carro, em Uberlândia (MG). Em declarações ao colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, o parlamentar mineiro foi categórico ao defender que criminosos devem ser punidos independentemente de parentesco.
“Quem é preso com drogas merece cadeia assim como os rachadores e outros corruptos que inclusive estão soltos por aí”, declarou Nikolas, equiparando traficantes aos políticos envolvidos em esquemas de corrupção. A posição do deputado reforça sua linha política de defesa do cumprimento rigoroso da lei, sem privilégios ou proteções familiares.
Rejeição a tentativas de desgaste político
O deputado classificou a repercussão do caso como mais uma tentativa frustrada de prejudicar sua imagem política. Para Nikolas, o envolvimento de seu primo em atividades ilícitas não deveria gerar impacto em sua trajetória, uma vez que ele próprio defende a punição adequada para qualquer tipo de crime.
“Pra mim não é uma situação que merece que eu perca meu tempo, até porque não é algo que me envolve. Se qualquer pessoa, seja relacionada a mim de alguma forma ou não, fizer algo ilícito, ela tem que sofrer a pena proporcional pelo que cometeu. É bem simples”, afirmou o parlamentar.
A resposta de Nikolas demonstra uma estratégia de distanciamento do caso, recusando-se a assumir qualquer responsabilidade pelos atos do familiar e mantendo coerência com seu discurso de combate à criminalidade.
Crítica à hipocrisia progressista
Um dos pontos mais contundentes da manifestação do deputado foi a crítica direcionada aos setores progressistas que defendem a descriminalização das drogas. Nikolas apontou uma contradição entre o discurso liberalizante dessas correntes e a tentativa de utilizarem a prisão do primo como arma política contra ele.
“Agora, é no mínimo curioso que pessoas de uma ideologia que defende a descriminalização das drogas de repente estejam preocupadas com isso”, observou o parlamentar, destacando a incoerência daqueles que simultaneamente defendem a liberação das drogas e exploram politicamente casos de tráfico.
Equiparação entre diferentes crimes
A declaração de Nikolas estabelece uma equivalência moral entre diferentes tipos de criminalidade, colocando traficantes de drogas no mesmo patamar de políticos corruptos e “rachadores” – referência aos esquemas de rachadinha que envolvem desvio de salários de assessores parlamentares.
O deputado aproveitou para fazer uma crítica indireta ao sistema de Justiça, sugerindo que muitos corruptos permanecem em liberdade enquanto pequenos criminosos são presos. Essa comparação busca relativizar o impacto do caso familiar e direcioná-lo para uma crítica mais ampla ao tratamento desigual na aplicação da lei.
Presente de aniversário irônico
Em tom irônico, Nikolas agradeceu pela “presente de aniversário”, sugerindo que a exposição do caso durante sua data comemorativa foi uma estratégia deliberada de seus opositores políticos. A resposta demonstra confiança do deputado em sua base eleitoral e na solidez de sua imagem pública.
“Sabe o que essa notícia muda pra pessoas honestas? Nada. Agora, talvez mude pra quem não goste de mim, porque até eles percebem a tentativa de me desgastar a qualquer custo”, avaliou o parlamentar.
A postura adotada por Nikolas Ferreira reflete uma estratégia política de enfrentamento direto, recusando-se a demonstrar fragilidade diante de adversários e mantendo seu discurso de rigor no combate ao crime, independentemente de quem seja o criminoso.