Funcionários relatam que greves seriam forjadas para pressionar repasses enquanto a Prefeitura mantém pagamentos em dia

Motoristas e ex-funcionários do Consórcio Guaicurus afirmam que as recentes greves do transporte coletivo de Campo Grande seriam uma manobra articulada pelos empresários, com apoio do sindicato, para pressionar o poder público por mais repasses financeiros. O esquema, descrito pelos trabalhadores como uma forma de “extorsão velada”, consistiria em segurar os ônibus nas garagens nas primeiras horas da manhã, provocar o caos entre os usuários e, em seguida, justificar a paralisação com alegações de atraso nos pagamentos.
Um dos motoristas relata ter recebido ordem direta de superiores para “segurar os carros até a imprensa noticiar o caos”. Pouco depois, a Prefeitura realizou um repasse de R$ 1,6 milhão, valor que já estava programado e pago por serviço prestado. A prefeita Adriane Lopes (PP) destacou que todos os compromissos estão em dia e repudiou o uso político do transporte público.
As denúncias também apontam condições de trabalho precárias: veículos sucateados, jornadas desgastantes e motoristas penalizados por falhas mecânicas. Muitos relatam medo de retaliações e falta de apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano (STTCU), acusado de agir em favor do consórcio.
Enquanto isso, a população — em sua maioria operários e diaristas — continua sendo a principal prejudicada. Os motoristas pedem investigação rigorosa e reforçam que não são contra a Prefeitura, mas sim contra um sistema dominado há anos por empresários que lucram às custas do caos.
Informações do Midiamax