Segundo o jornalista Igor Gadelha, ministro do STF visitou a Papuda e teria indicado área reservada para eventual cumprimento de pena do ex-presidente

De acordo com reportagem do jornalista Igor Gadelha, do site Metrópoles, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já teria em mente o local onde pretende fazer o ex-presidente Jair Bolsonaro cumprir pena caso o processo contra ele avance. Após visitar o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, Moraes teria indicado a aliados que o destino seria a “Papudinha”, uma área dentro do 19º Batalhão da Polícia Militar do DF.
O espaço é conhecido por abrigar presos de perfis específicos, como autoridades e investigados de alto escalão. Foi lá, por exemplo, onde o ex-ministro da Justiça Anderson Torres ficou quatro meses detido por ordem do próprio Moraes, no contexto do inquérito da chamada trama golpista. A decisão do ministro, segundo a apuração, teria sido definida após uma visita técnica de sua chefe de gabinete ao complexo, realizada dias antes do julgamento dos embargos de declaração apresentados pela defesa de Bolsonaro na Primeira Turma do STF.
Ainda conforme o Metrópoles, a auxiliar de Moraes visitou três setores diferentes dentro da Papuda considerados aptos para receber o ex-presidente: o bloco de segurança máxima, uma ala intermediária e a “Papudinha”. A escolha, segundo relatos ouvidos pela reportagem, recaiu sobre esta última, por oferecer maior controle e isolamento, sem o aspecto de confinamento extremo.
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro acreditam que, se o ministro realmente determinar a prisão, ela seria breve — durando algumas semanas — e que, em seguida, Moraes concederia novamente a prisão domiciliar, como estratégia para evitar desgaste político. Ainda assim, a possibilidade tem sido vista como mais um movimento de perseguição institucional contra o ex-presidente, em meio a um contexto político cada vez mais polarizado.
A postura de Moraes, marcada por decisões controversas e autoritárias na condução dos inquéritos que envolvem Bolsonaro e seus aliados, segue provocando forte debate jurídico e críticas de juristas e parlamentares sobre os limites da atuação individual de ministros do STF.





