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Moraes escala PF contra Bolsonaro em nova investida judicial

Ministro acata pedido petista e mira ex-presidente por apoiar filho Eduardo nos EUA

Jair Bolsonaro Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo
Jair Bolsonaro Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo

Alexandre de Moraes voltou a demonstrar sua disposição em perseguir a família Bolsonaro. O ministro do Supremo Tribunal Federal determinou que a Polícia Federal ouça o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o financiamento de seu filho Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos denunciando abusos do próprio magistrado.

A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República, que acolheu uma representação do deputado petista Lindbergh Farias contra Eduardo Bolsonaro. O movimento evidencia mais uma ofensiva coordenada entre setores do Judiciário e parlamentares do PT contra a oposição.

Financiamento familiar vira pretexto para novo inquérito

Moraes determinou que a PF tome, no prazo de 10 dias, o depoimento de Jair Bolsonaro para que preste “explicações a respeito dos fatos, dada a circunstância de ser diretamente beneficiado pela conduta descrita e já haver declarado ser o responsável financeiro pela manutenção do sr. Eduardo Bolsonaro em território americano”.

A justificativa revela a fragilidade da investigação: transformar o sustento paterno de um filho em território estrangeiro numa questão judicial. Eduardo Bolsonaro se afastou da Câmara em março deste ano e passou a residir nos Estados Unidos, onde tem exposto internacionalmente os excessos cometidos pelo sistema de Justiça brasileiro.

Articulação petista por trás da perseguição

A iniciativa partiu de uma representação criminal apresentada por Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, demonstrando como setores da esquerda utilizam o aparato judicial para atacar adversários políticos. O deputado petista encontrou eco na PGR, que prontamente encaminhou o pedido ao STF.

Além de Bolsonaro, Moraes ordenou que a própria PF ouça Lindbergh Farias, numa tentativa de dar ares de imparcialidade a uma investigação claramente direcionada. O parlamentar que move a acusação será ouvido como testemunha do caso que ele mesmo provocou.

Eduardo pressionado à distância

O ministro determinou que Eduardo Bolsonaro seja ouvido no inquérito, mas reconheceu que o deputado está nos Estados Unidos. Em mais uma demonstração de poder discricionário, Moraes autorizou que ele preste esclarecimentos por escrito, mantendo a pressão mesmo à distância.

A decisão incluiu ainda uma solicitação ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para que indique as autoridades diplomáticas competentes nos Estados Unidos para comunicar oficialmente o parlamentar sobre a abertura do inquérito. O movimento sugere uma tentativa de constranger Eduardo internacionalmente.

Denúncias internacionais incomodam o establishment

O procurador-geral Paulo Gonet justificou a investigação alegando que Eduardo tem “afirmado publicamente que atua junto ao governo dos EUA para aplicar sanções contra os ministros do STF, a PGR e a PF”. Esta justificativa confirma que as denúncias do deputado têm gerado desconforto significativo no sistema de Justiça.

Eduardo Bolsonaro tem utilizado sua presença nos Estados Unidos para expor o que considera abusos cometidos por Alexandre de Moraes. Suas ações seriam uma resposta legítima ao que classifica como “perseguição política” contra sua família, especialmente considerando que seu pai é apontado pelo STF como líder de uma suposta organização criminosa.

Intimidação disfarçada de legalidade

Gonet descreveu as publicações de Eduardo como tendo “manifesto em tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos, de investigação e de acusação, bem como para os julgadores na ação penal”. A alegação inverte os papéis: transforma quem denuncia abusos em intimidador e protege quem exerce poder sem limites.

“Há um manifesto em tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos, de investigação e de acusação, bem como para os julgadores na ação penal, percebendo-se o propósito de providência imprópria contra o que o sr. Eduardo Bolsonaro parece crer ser uma provável condenação”, concluiu o procurador-geral.

Atividade em redes sociais criminalizada

A PGR sustentou que as ações de Eduardo se manifestam “sobretudo em postagens em redes sociais, que reverberam em outros canais de mídia, bem como em entrevistas diretas a veículos de imprensa”. Essa descrição revela uma tentativa preocupante de criminalizar a livre expressão e o direito de denunciar irregularidades.

As “publicações” mencionadas pelo procurador são, na verdade, exercício legítimo do direito à liberdade de expressão e de denúncia, garantidos pela Constituição. Transformar atividade jornalística e política em objeto de inquérito demonstra o grau de autoritarismo que tem caracterizado certas decisões judiciais.

Estratégia internacional causa desconforto

A atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos tem se mostrado eficaz em expor internacionalmente as práticas questionáveis do sistema de Justiça brasileiro. Sua estratégia de buscar sanções contra autoridades que considera abusivas representa uma nova frente de pressão que claramente incomoda o establishment judicial.

O deputado tem aproveitado sua presença em território americano para estabelecer contatos com autoridades e formar opinião sobre a situação política brasileira. Esta atividade legítima de um parlamentar brasileiro agora é tratada como suspeita pelo próprio sistema que deveria proteger seus direitos.

Perseguição familiar sistematizada

O novo inquérito representa mais um capítulo na perseguição sistemática à família Bolsonaro. Desde que deixaram o poder, os Bolsonaro têm enfrentado uma série de investigações que parecem mais motivadas por razões políticas do que por evidências consistentes de irregularidades.

A decisão de Moraes confirma a utilização do aparato judicial para pressionar adversários políticos, transformando atividades legítimas em objeto de investigação criminal. Esta prática compromete a credibilidade das instituições e alimenta a polarização política que deveria ser superada.