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Ministros do Judiciário “na mira”: Vieira indica que primeiras prisões podem estar próximas

Senador cita Toffoli e família de Moraes ao denunciar infiltração do crime organizado nos tribunais

Senador Alessandro Vieira Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Senador Alessandro Vieira Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Durante sessão da CPI do Crime Organizado no Senado nesta terça‑feira (9), Alessandro Vieira (MDB‑SE) declarou que o Brasil pode testemunhar, pela primeira vez, a prisão de ministros de tribunais superiores. Ele lembrou que o país já viu políticos de todos os escalões serem detidos, mas jamais magistrados da cúpula que, segundo ele, se envolvem em condutas incompatíveis com a Constituição. “Esse é um país que já teve presidente preso […] mas ainda não teve ministro de tribunais superiores. Me parece que esse momento se avizinha”, afirmou, diante do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Vieira acusou integrantes do Judiciário de normalizarem práticas que considera inadmissíveis, como o uso de jatinhos financiados por grupos ligados ao crime organizado. A crítica mirou diretamente Dias Toffoli, que viajou ao lado do advogado Augusto Arruda Botelho, ligado ao caso Banco Master, processo sob relatoria do próprio ministro no STF. “O cara sabe que é crime organizado, entra no jatinho […] e retorna a Brasília para julgar na nossa Corte Superior”, denunciou.

No encerramento da audiência, o senador citou nominalmente Toffoli e mencionou o contrato de R$ 129 milhões firmado pelo Banco Master com o escritório da esposa e dos filhos de Alexandre de Moraes. Para ele, o crime organizado deixou de ser apenas o “preto pobre armado na favela” e hoje está “infiltrado em gabinetes, escritórios e várias atuações”, mostrando um ponto de contaminação direta entre estruturas criminosas e Poderes da República.