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Ministro das Comunicações renuncia após denúncia de corrupção apresentada pela PGR

Juscelino Filho é acusado de desviar emendas parlamentares para beneficiar propriedade familiar quando era deputado

Juscelino Filho ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Ricardo Stuckert / PR
Juscelino Filho ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Ricardo Stuckert / PR

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), apresentou ontem (8) seu pedido de demissão do cargo. A saída ocorre após a Procuradoria-Geral da República (PGR) formalizar denúncia contra o político por suspeitas de corrupção relacionadas a um esquema de desvio de emendas parlamentares durante seu mandato como deputado federal.

A investigação ganhou corpo depois que uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que Juscelino, quando ainda ocupava cadeira na Câmara, havia destinado verbas públicas para o asfaltamento de uma estrada que passava diretamente pela fazenda de sua família, configurando possível uso indevido de recursos federais para benefício próprio.

Em carta aberta divulgada após o anúncio de sua saída, o agora ex-ministro descreveu a renúncia como “uma das decisões mais difíceis” de sua carreira política.

“Hoje tomei uma das decisões mais difíceis da minha trajetória pública. Solicitei ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva meu desligamento do cargo de ministro das Comunicações. Não o fiz por falta de compromisso, muito pelo contrário. Saio por acreditar que, neste momento, o mais importante é proteger o projeto de país que ajudamos a construir e em que sigo acreditando”, afirmou.

Em resposta à denúncia apresentada pela PGR, a defesa de Juscelino Filho emitiu nota enfatizando “sua total inocência” e argumentando que “o oferecimento de uma denúncia não implica em culpa, nem pode servir de instrumento para o MP pautar o país”.

No texto da carta aberta em que comunicou sua saída, o ex-ministro afirmou que dedicará seu tempo à defesa contra as acusações: “A decisão de sair agora também é um gesto de respeito ao governo e ao povo brasileiro. Preciso me dedicar à minha defesa, com serenidade e firmeza, porque sei que a verdade há de prevalecer. As acusações que me atingem são infundadas, e confio plenamente nas instituições do nosso país, especialmente no Supremo Tribunal Federal, para que isso fique claro. A justiça virá”, ressaltou.

A saída de Juscelino Filho representa mais um golpe à credibilidade da gestão petista, que já enfrenta críticas quanto à escolha de seus quadros ministeriais e alianças políticas questionáveis para garantir governabilidade.