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Mercado rejeita governo Lula: 88% avaliam gestão como negativa, aponta pesquisa

Presidente Lula Foto: EFE/Andre Coelho
Presidente Lula Foto: EFE/Andre Coelho

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua enfrentando forte rejeição no mercado financeiro, com 88% dos investidores avaliando sua gestão como negativa e apenas 4% a considerando positiva. Os dados são da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (19). Outros 8% classificam o governo como regular. Apesar da leve queda em relação ao levantamento de dezembro de 2024, quando 90% desaprovavam o governo, a insatisfação segue predominante.

A condução da política econômica também é amplamente reprovada: 93% dos entrevistados consideram que as decisões do governo estão erradas, enquanto apenas 7% acreditam que seguem a direção correta. Em dezembro passado, os índices eram de 96% e 4%, respectivamente, indicando uma mínima variação na percepção do mercado.

O presidente Lula é apontado como o principal responsável pela atual política econômica por 92% dos entrevistados. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aparece bem abaixo, com apenas 5% de atribuição de responsabilidade. Congresso e Banco Central são mencionados por apenas 2% e 1%, respectivamente.

Diante desse cenário, 83% dos investidores acreditam que a economia brasileira vai piorar, enquanto 13% preveem estabilidade. Somente 4% enxergam alguma melhora. O risco de uma recessão no país é considerado real por 58% dos entrevistados, contra 42% que não veem essa possibilidade no horizonte próximo.

Para o mercado, a prioridade do governo é a popularidade, deixando temas como taxa de juros, câmbio e inflação em segundo plano. Entre os entrevistados, 82% acreditam que a inflação seguirá em alta em 2025, um reflexo da desorganização fiscal e das medidas expansionistas adotadas pelo governo petista.

A inflação encerrou 2024 em 4,79%, acima do teto da meta de 4,5%. Para conter a escalada dos preços, o Banco Central tem promovido sucessivas elevações na taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 13,25%. Contudo, a expectativa é que, após a reunião que se encerra nesta quarta-feira, a taxa suba para 14,25%.

Os dados são da 8ª rodada da pesquisa Genial/Quaest, realizada entre 12 e 17 de março, com 106 entrevistas feitas com gestores de fundos de investimento sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro. O levantamento foi conduzido de forma on-line.