Ex-presidente já suspendeu nutrição endovenosa e progride na dieta após 20 dias de internação devido a cirurgia intestinal relacionada ao atentado de 2018

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou significativa melhora em seu quadro clínico, segundo boletim médico divulgado neste sábado (3/5) pelo Hospital DF Star, em Brasília. Após 20 dias de internação, a equipe médica indicou pela primeira vez previsão de alta hospitalar “para os próximos dias”, sinalizando evolução positiva no tratamento da obstrução intestinal relacionada à facada sofrida durante a campanha de 2018.
De acordo com o comunicado mais recente, Bolsonaro “mantém-se estável clinicamente, sem dor ou febre e com pressão arterial controlada”. Um avanço importante foi registrado na alimentação do ex-mandatário, que demonstrou “boa aceitação da dieta pastosa”, permitindo a “suspensão da nutrição parenteral (endovenosa)” e a continuidade da “programação de progressão de dieta por via oral”.
Na última quarta-feira (30/4), Bolsonaro já havia recebido alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e sido transferido para um quarto de internação, após apresentar melhoras progressivas dos movimentos intestinais espontâneos. Esse progresso possibilitou a retirada da sonda nasogástrica na terça-feira (29/4).
O tratamento atual inclui sessões diárias intensivas de fisioterapia motora, além de medidas preventivas contra trombose venosa. A equipe médica mantém a orientação de restrição de visitas enquanto o ex-presidente se recupera.
Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia para desobstrução intestinal no último dia 13 de abril, mais uma consequência do atentado à faca sofrido durante um comício em Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018. Desde então, o ex-presidente já passou por diversas intervenções médicas relacionadas ao ferimento.
Mesmo durante a internação, o ex-presidente segue atento ao cenário político. Na quinta-feira (1º/5), Bolsonaro chegou a manifestar o desejo de participar da manifestação programada para o próximo dia 7 de maio, em apoio à anistia aos envolvidos nos protestos de 8 de janeiro, caso seu quadro de saúde permita.
Entenda a condição médica
A obstrução intestinal, problema que afeta Bolsonaro, caracteriza-se pelo bloqueio parcial ou total da passagem dos alimentos digeridos pelo intestino. Em seu caso específico, o problema está associado às múltiplas cirurgias realizadas após o atentado de 2018, que favoreceram a formação de bridas intestinais (aderências que causam o estreitamento do intestino).
Entre os principais sintomas dessa condição estão o inchaço abdominal, prisão de ventre, dificuldade para eliminar gases, náuseas, vômitos e dor abdominal em forma de cólica. O tratamento pode ser conservador, com sonda nasogástrica e medicamentos, ou cirúrgico, como foi necessário no atual episódio.