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Maduro veste boné do MST, fala em “portunhol” e convoca brasileiros às ruas por sua ditadura

Ditador usa ligação com esquerda brasileira para pedir apoio contra ofensiva dos Estados Unidos

Maduro segura boné do MST Foto: Reprodução/VTV
Maduro segura boné do MST Foto: Reprodução/VTV

O ditador venezuelano Nicolás Maduro voltou a mirar o Brasil em sua propaganda política. Nesta quinta-feira (4), em um programa da TV estatal, ele apareceu usando um boné do MST e, em um improvisado “portunhol”, pediu que o povo brasileiro vá às ruas em apoio ao seu regime, em meio à escalada de tensão com os Estados Unidos.
– “A vitória nos pertence. Viva a unidade do povo do Brasil, viva a unidade com o povo venezuelano” – declarou.

Maduro agradeceu publicamente por ter recebido o boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, grupo historicamente ligado à esquerda brasileira, e fez um apelo direto:
– “Povo do Brasil, às ruas para apoiar a Venezuela em sua luta pela paz e pela soberania. Eu falo para vocês toda a verdade: temos direito à paz com soberania. Que viva o Brasil.”

Enquanto tenta se vender como defensor da “paz”, o regime chavista é acusado pelo governo Trump de liderar o Cartel de los Soles, apontado como esquema de narcotráfico comandado pelo próprio Maduro. Washington autorizou operações contra embarcações suspeitas de tráfico no Caribe e no Pacífico, orientou companhias aéreas a evitarem o espaço aéreo venezuelano, realizou exercícios militares próximos ao país e deslocou o porta-aviões USS Gerald Ford para a região, além de liberar ações secretas da CIA.

Maduro nega as acusações e insiste que os EUA querem derrubá-lo para controlar o petróleo venezuelano. Em frente às câmeras, tenta suavizar a imagem: canta “Imagine”, de John Lennon, dança com universitários e fala em paz, mas faz questão de frisar que não deseja “uma paz de escravos”.

Em novembro, Maduro chegou a conversar por telefone com Donald Trump, enquanto o empresário brasileiro Joesley Batista esteve em Caracas buscando uma saída negociada para a crise, incluindo a renúncia do ditador – algo que, até aqui, o chavismo deixou claro que não pretende aceitar, preferindo apoiar-se em aliados de esquerda na região, como o MST e setores do lulismo no Brasil.