Governo petista enfrenta pressão e remaneja ministérios para tentar conter crise
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu mais uma mudança em seu ministério, em meio à crescente pressão por resultados e dificuldades na articulação política. Nísia Trindade foi retirada do comando do Ministério da Saúde, e o atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, será seu substituto. A reforma ministerial, que vinha sendo postergada, sinaliza tentativas de reorganização diante do desgaste do governo.
A mudança ocorre poucos meses depois de outra troca estratégica: em janeiro, Lula substituiu o responsável pela Secretaria de Comunicação Social (Secom), removendo Paulo Pimenta e nomeando Sidônio Palmeira. Agora, com a saída de Padilha da SRI, o Planalto precisará encontrar um novo nome para comandar a pasta, que é fundamental para a relação do governo com o Congresso Nacional. Padilha vinha sendo alvo de críticas e enfrentou resistência no Legislativo, inclusive com embates diretos com o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A cerimônia de despedida de Nísia Trindade, realizada no Palácio do Planalto, foi marcada por um clima de desconforto. Ela assinou portarias relacionadas à produção de vacinas e fez um longo discurso de despedida, agradecendo à equipe. No encerramento do evento, Lula foi questionado por um jornalista sobre possíveis mudanças ministeriais, mas preferiu silenciar.
A troca no Ministério da Saúde reforça a percepção de que o governo enfrenta dificuldades para administrar sua própria base e busca reorganizações para manter o controle. Padilha, que já ocupou a pasta da Saúde durante o governo Dilma Rousseff, assume o desafio em um cenário de cobranças e incertezas sobre a gestão petista.
