Documento solicitado por Moraes embasa autorização para cirurgia do ex-presidente
A Polícia Federal descreveu, em laudo elaborado a pedido do ministro Alexandre de Moraes, que Jair Bolsonaro enfrenta um quadro de soluços com frequência estimada entre 30 e 40 episódios por minuto. O documento, assinado por quatro peritos, serviu de base para a decisão que permitiu ao ex-presidente realizar cirurgia. Segundo o relatório, os soluços permaneceram durante todo o exame, sem qualquer sinal de melhora. Bolsonaro relatou piora ao longo dos últimos sete meses, afirmando que o problema “traz prejuízo na alimentação e no sono”. Os especialistas também registraram refluxo associado a tosse crônica, especialmente quando está deitado.
A perícia concluiu que Bolsonaro é “portador de hérnia inguinal bilateral que necessita reparo cirúrgico em caráter eletivo” e que, no caso dos soluços persistentes, “o bloqueio do nervo frênico é tecnicamente pertinente”. Os peritos consideram que o procedimento deve ocorrer “o mais breve possível”.
Nesta sexta-feira (19), Moraes autorizou a saída do ex-presidente da Superintendência da PF para a cirurgia, embora ainda dependa da indicação da data pela defesa. Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses imposta pela 1ª Turma do STF, em processo marcado por fortes contestações da direita sobre legalidade e proporcionalidade.
Apesar da gravidade do quadro, Moraes negou o pedido de prisão domiciliar. Justificou que Bolsonaro está “custodiado em local de absoluta proximidade com o hospital particular” onde recebe atendimento, afirmando não haver prejuízo em caso de emergência.
