Pesquisa mostra apoio majoritário à polícia, inclusive entre eleitores de Lula, e isola discurso garantista da esquerda

A pesquisa nacional Ipsos/Ipec, divulgada nesta sexta-feira (14), revela que 69% dos brasileiros aprovam a megaoperação policial realizada em 28 de outubro nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que terminou com 121 mortos, entre eles quatro policiais. Apenas 22% desaprovam a ação, enquanto 4% não aprovam nem desaprovam e 5% não responderam.
O apoio é ainda mais forte entre moradores das regiões Norte e Centro-Oeste, onde a aprovação sobe para 77%. A pesquisa também expõe um dado político relevante: entre os eleitores de Jair Bolsonaro, a aprovação chega a 83%; entre os que votaram em Lula, ainda assim 61% apoiam a operação, o que mostra um claro distanciamento entre o discurso da esquerda e o sentimento real da população.
O levantamento ouviu 2 mil pessoas em 131 municípios, entre 6 e 10 de novembro, com 95% de confiança e margem de erro de dois pontos percentuais.
Quando questionados sobre o alto número de mortes, 40% consideram a letalidade totalmente justificável, por enxergarem a operação como sinal de ação firme do Estado; 25% a veem como parcialmente justificável, reconhecendo a legitimidade da ação, embora se preocupem com o número de mortos. Já 28% consideram a letalidade injustificável, associando o resultado a falhas na política de segurança e a violações de direitos humanos. No total, 65% julgam a letalidade total ou parcialmente justificável, índice que sobe para 80% entre eleitores de Bolsonaro.
A pesquisa também mostra respaldo à decisão do governo do Rio de Janeiro em autorizar a operação: 67% acham que o governo acertou, contra 24% que avaliam ter sido um erro. Para 58%, a ação deve contribuir para reduzir a criminalidade no Estado; 37% não esperam impacto. No balanço geral, 61% consideram o saldo da operação muito positivo ou mais positivo do que negativo, enquanto 34% veem mais aspectos negativos.
Os números reforçam uma mensagem clara: a maioria da população quer Estado forte contra o crime, apoio à polícia e menos complacência com facções — exatamente o oposto do discurso relativizador defendido por setores ligados ao governo Lula.





