Parlamentar do Partido Liberal Democrático promete medidas econômicas e firmeza política interna e externa após vitória apertada no Parlamento
A conservadora Sanae Takaichi, do Partido Liberal Democrático (PLD), entrou para a história nesta terça-feira (21) ao se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do Japão. Takaichi venceu a votação parlamentar com 237 dos 465 votos — apenas quatro acima do mínimo necessário —, derrotando o líder oposicionista Yoshihiko Noda, do Partido Democrático Constitucional (PDC), que obteve 149 votos.
No segundo turno, realizado na Câmara Alta, a conservadora consolidou sua vitória com 125 votos contra 46. O resultado foi recebido com entusiasmo no Parlamento japonês e simboliza uma nova fase para o país, agora sob a liderança de uma figura política experiente, firme em questões econômicas, pró-mercado e nacionalista, com postura crítica à dependência excessiva do Japão em relação à China e à pressão global da esquerda progressista.
Com 64 anos, Takaichi chega ao posto máximo após firmar um acordo de coalizão com o Partido da Inovação do Japão (Ishin), garantindo apoio político após o rompimento do PLD com o partido budista Komeito, que abandonou a antiga aliança de 26 anos. O novo arranjo deve permitir maior liberdade para avançar em reformas econômicas, corte de gastos públicos e fortalecimento da segurança nacional — bandeiras tradicionais do campo conservador japonês.
“Tomaremos medidas econômicas rápidas para atender à esperança do povo diante da alta dos preços”, declarou o secretário-geral do PLD, Shunichi Suzuki, destacando que o novo gabinete precisa assumir com urgência suas responsabilidades políticas internas e internacionais.
A transição acontece após a renúncia de Shigeru Ishiba, que deixou o cargo em setembro após um ano de gestão enfraquecida por maus resultados eleitorais e perda de maioria parlamentar. Nas prévias do PLD, em 4 de outubro, Takaichi já havia emergido como liderança forte da ala conservadora, vencendo no segundo turno e se consolidando como a voz da estabilidade num cenário político fragmentado.
O governo de Takaichi nasce com desafios, mas também com um simbolismo poderoso: o Japão elegeu sua primeira premiê mulher, não como resultado de militância feminista ou imposição ideológica — mas sim por mérito, competência e firmeza de princípios.
