Estatal aciona contingência enquanto paralisação se espalha pelo país

A greve dos petroleiros completou três dias nesta quarta-feira (17), atingindo 28 plataformas da Bacia de Campos com 100% de adesão, segundo a Federação Única dos Petroleiros. A paralisação já alcança nove refinarias, 13 unidades da Transpetro, quatro termelétricas, duas usinas de biodiesel, campos terrestres da Bahia, a UTGCAB, a estação da TBG em Paulínia e até a sede administrativa em Natal. O movimento evidencia o avanço da insatisfação interna, que ganhou força justamente na gestão de Lula, marcada por promessas não cumpridas à categoria e por um ambiente administrativo cada vez mais instável.
As reivindicações incluem mudanças no plano de cargos e salários, solução para os déficits da Petros e defesa da pauta Brasil Soberano, que pede a manutenção da Petrobras como estatal. A pauta repete discursos alinhados à esquerda, mas surge como reação ao desgaste da atual administração, que não conseguiu entregar melhorias concretas. A greve amplia a pressão sobre o governo, que tenta minimizar os impactos enquanto a paralisia cresce.
A Petrobras afirma que acionou equipes de contingência e que “não houve impacto na produção”, mas a repetição de crises trabalhistas no setor reforça a percepção de desorganização e falta de liderança no governo federal. A ANP lembra que a Petrobras responde por cerca de 90% da produção nacional de petróleo e gás, o que torna qualquer instabilidade ainda mais grave.





