Valor se refere ao primeiro semestre deste ano
As finanças do governo central apresentaram um déficit primário em junho. No mês passado, a diferença entre receitas e despesas ficou negativa em R$ 38,836 bilhões, sucedendo o déficit de R$ 60,983 bilhões em maio.
O saldo – que abrange as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – representou o pior desempenho real para junho desde 2023, quando a série histórica do Tesouro foi iniciada em 1997. Em junho de 2023, o resultado havia sido negativo em R$ 45,223 bilhões, em valores nominais.
O déficit do mês passado superou as expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um resultado negativo de R$ 37,70 bilhões, segundo levantamento do Projeções Broadcast. O dado de junho ficou dentro do intervalo das previsões, todas de déficit, variando de R$ 60,20 bilhões a R$ 20,030 bilhões.
Primeiro Semestre
No acumulado do ano até junho, o governo Lula registrou um déficit de R$ 68,698 bilhões, o pior resultado desde 2020. No mesmo período do ano anterior, o resultado negativo era de R$ 42,509 bilhões, em termos nominais.
Em junho, as receitas aumentaram 8,2% em termos reais em comparação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do primeiro semestre, houve um crescimento real de 8,5%. As despesas subiram 0,3% em junho, já descontada a inflação. No acumulado dos seis meses, a variação foi positiva em 10,5%.
Nos 12 meses até junho, o governo apresentou um déficit de R$ 260,7 bilhões, equivalente a 2,29% do PIB.
Dados
Desde janeiro de 2024, o Tesouro passou a informar a relação entre o volume de despesas sobre o PIB, visando à estabilização dos gastos públicos. No acumulado dos últimos 12 meses até junho, as despesas obrigatórias representaram 18,5% do PIB, enquanto as discricionárias do Executivo foram 1,8% do PIB no mesmo período.
Para 2024, o governo tem duas metas. Uma é de resultado primário neutro (0% do PIB), permitindo uma variação de 0,25 ponto percentual para mais ou menos, com um limite de déficit de até R$ 28,8 bilhões. A outra meta é de limite de despesas, fixado em R$ 2,089 trilhões neste ano.
No último Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado em julho, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um déficit de R$ 28,8 bilhões nas contas deste ano, equivalente a 0,25% do PIB.
Tesouro e INSS
As contas do Tesouro Nacional – incluindo o Banco Central – registraram um superávit primário de R$ 6,063 bilhões em junho, de acordo com dados do Tesouro. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 129,524 bilhões.
Já o resultado do INSS foi deficitário em R$ 44,899 bilhões no mês passado. No primeiro semestre de 2024, o déficit foi de R$ 198,221 bilhões. As contas do Banco Central tiveram um déficit de R$ 152 milhões em junho e um déficit de R$ 269 milhões nos seis primeiros meses de 2024.