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Gilmar Mendes suspende investigação sobre Marconi Perillo, presidente do PSDB, acusado de desvios na Saúde de Goiás

Decisão de Gilmar Mendes beneficia presidente do PSDB, que enfrenta acusações de corrupção no governo de Goiás

Ministro Gilmar Mendes, do STF Foto: EFE / Joédson Alves
Ministro Gilmar Mendes, do STF Foto: EFE / Joédson Alves

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu provisoriamente a investigação da Polícia Federal (PF) que apura suspeitas de desvios de recursos na Saúde durante o governo de Marconi Perillo, ex-governador de Goiás e atual presidente do PSDB. A decisão foi publicada em 12 de fevereiro de 2025 e se baseia na argumentação de que o ex-governador tem direito ao foro privilegiado, o que impede que o caso siga na primeira instância.

A defesa de Perillo, representada pelo advogado Romero Ferraz Filho, alegou que a medida foi necessária para proteger os direitos do cliente e evitar prejuízos decorrentes de investigações em instâncias inadequadas. “A defesa reafirma a confiança na Justiça e nega qualquer irregularidade cometida pelo ex-governador”, declarou a nota.

A investigação da PF, conduzida no âmbito da Operação Panaceia, aponta que o governo de Perillo pode ter envolvido irregularidades na gestão de hospitais públicos em Goiás, entre 2012 e 2018. Dois hospitais de urgência e emergência, o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e o Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), estariam no centro das suspeitas. A Controladoria-Geral da União (CGU) e a PF alegam que contratos falsos foram firmados pela organização social Instituto Gerir, com o objetivo de repassar propinas a aliados do ex-governador. A investigação ainda aponta que a empresa de um advogado próximo a Perillo, João Paulo Brzezinski da Cunha, teria sido contratada pelo Instituto Gerir sem a devida comprovação dos serviços prestados.

Perillo, por sua vez, afirma ser inocente e sugere que a operação tenha sido uma ação encomendada por seu desafeto, o atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Caiado refutou as acusações, e a defesa de Perillo questiona o tempo excessivo da investigação, alegando que, até o momento, não foram encontradas provas concretas contra ele.

A decisão do STF também reflete a recente mudança no entendimento sobre o foro privilegiado, reconhecendo que essa prerrogativa se mantém mesmo após o término do mandato de um político.