Ministro do STF se orgulha de ter contribuído para o desmantelamento da operação que recuperou bilhões aos cofres públicos

Em declarações contundentes durante a Brazil Conference, realizada na prestigiosa Universidade Harvard, nos Estados Unidos, o ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF) não hesitou em expressar satisfação por seu papel no enfraquecimento da Operação Lava Jato. No último sábado (12), o magistrado disparou críticas severas contra a atuação da força-tarefa e do ex-juiz Sergio Moro.
“Fico muito orgulhoso de ter participado desse processo que você chamou de desmanche da Lava Jato, porque era uma organização criminosa. O que eles organizaram em Curitiba, lamentavelmente, era uma organização criminosa”, afirmou categoricamente o ministro.
Ironicamente, a operação que Gilmar Mendes condena como “criminosa” recuperou aproximadamente R$ 6,5 bilhões aos cofres públicos através de acordos de leniência, multas e ressarcimentos, segundo dados oficiais. A Lava Jato resultou em mais de 278 condenações de 174 pessoas, totalizando mais de 2.900 anos de penas somadas. Foram firmados 176 acordos de delação premiada com pessoas físicas e 12 acordos de leniência com empresas, expondo um esquema sistêmico que envolvia grandes corporações nacionais como Petrobras, Odebrecht, JBS, OAS e outras empreiteiras envolvidas em contratos bilionários com o poder público.
Durante sua participação no evento, Gilmar Mendes também rejeitou veementemente qualquer comparação entre seu colega de Corte, Alexandre de Moraes, e o senador e ex-juiz Sergio Moro. O ministro defendeu a permanência de Moraes como relator das ações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro, refutando alegações de que haveria conflito de interesse por Moraes julgar casos nos quais seria também vítima.
“Não há justificativa para ele [Moraes] ser afastado, uma vez que ele já era relator desses inquéritos e depois dos inquéritos que se agregaram. Ele não é suspeito, não está impedido, não está julgando no seu interesse. Não se pode nem de longe compara Alexandre com Moro. Moro, de fato, se associa ao Bolsonaro”, complementou o ministro.