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Ex-presidente do INSS de Lula é preso pela PF em esquema bilionário de fraudes

Operação Sem Desconto apura desvio de R$ 6,3 bilhões em aposentadorias; prisões atingem assessores e ex-ministro ligado ao governo petista

Ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto ao lado de Lula Foto: PR/Ricardo Stuckert
Ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto ao lado de Lula Foto: PR/Ricardo Stuckert

Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira (13) o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, nomeado durante o governo Lula (PT) e responsável pela autarquia entre julho de 2023 e abril de 2025, em meio ao escândalo de fraudes bilionárias em aposentadorias e pensões. A detenção faz parte de uma nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU).

Segundo as investigações, o grupo criminoso movimentou cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, em um esquema de descontos ilegais aplicados sobre benefícios previdenciários. A trama envolvia contratos superfaturados, inserção de dados falsos nos sistemas do INSS e pagamentos a entidades de fachada. Stefanutto, que havia sido afastado e posteriormente exonerado em abril, é apontado como figura central na manipulação interna de autorizações e repasses irregulares.

A operação mobilizou centenas de agentes em 15 estados e no Distrito Federal, cumprindo 63 mandados de busca e apreensão, além de ordens de prisão e outras medidas cautelares. Entre os alvos estão também o ex-ministro da Previdência Ahmed Oliveira, que passará a usar tornozeleira eletrônica, e os parlamentares Euclydes Pettersen Neto (Republicanos-MG) e Edson Cunha de Araújo (PSB-MA), ambos alvos de busca e apreensão.

Os investigados devem responder por organização criminosacorrupção ativa e passivaestelionato previdenciárioinserção de dados falsos em sistema público e lavagem de dinheiro. Para os investigadores, o grupo articulava a drenagem sistemática de recursos da Previdência, mascarando as operações sob o pretexto de descontos autorizados por servidores.

O escândalo atinge em cheio a gestão Lula, já pressionada por denúncias de aparelhamento político de órgãos técnicos e falta de controle interno nas estatais e autarquias. Stefanutto havia sido indicado pelo núcleo petista ligado ao Ministério da Previdência e, à época de sua nomeação, foi elogiado pelo próprio Lula como “técnico competente e de confiança”.

A prisão reforça a percepção de que o governo petista revive práticas do passado, envolvendo o uso da máquina pública em esquemas de corrupção e favorecimento político. O fracasso no controle do INSS, somado ao rombo bilionário, reacende o debate sobre a repetição dos velhos vícios administrativos dos governos do PT, agora disfarçados sob o discurso da “reconstrução do Estado”.