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Eduardo Bolsonaro critica Nikolas por “pouco ativismo” em sanções ao Brasil

Deputado que fugiu para os EUA com medo de prisão cobra posicionamento que ele mesmo não teve

Eduardo Bolsonaro e Nikolas Ferreira - Foto: Reprodução/YouTube; Minervino Júnior/CB
Eduardo Bolsonaro e Nikolas Ferreira – Foto: Reprodução/YouTube; Minervino Júnior/CB

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a demonstrar sua hipocrisia característica ao criticar publicamente seu colega de partido, Nikolas Ferreira (PL-MG), por supostamente não se engajar o suficiente na busca por punições dos Estados Unidos contra o Brasil. A declaração ganha contornos ainda mais constrangedores quando se considera que Eduardo foi o primeiro a fugir covardemente para território americano, deixando o próprio pai para trás enfrentando as consequências de seus atos.

O filho do ex-presidente elogiou a comunicação de Nikolas, reconhecendo-o como “a maior voz” do Congresso, mas demonstrou seu descontentamento com a postura do deputado mineiro. Eduardo afirmou sentir-se “decepcionado” e declarou receber com “estranheza” a falta de engajamento do aliado em endossar sanções contra autoridades brasileiras.

“É difícil que ele não tenha a exata dimensão do que está sendo tratado aqui nos Estados Unidos, e que isso é vital para resgatar a democracia brasileira”, declarou o parlamentar paulista durante entrevista ao programa Oeste com Elas, em mais uma demonstração de desconexão com a realidade.

A cobrança de Eduardo soa particularmente irônica considerando sua própria trajetória. Enquanto exige coragem e posicionamento de outros, foi ele quem demonstrou covardia ao abandonar o país no início de 2025, deixando Jair Bolsonaro para enfrentar sozinho as investigações e possíveis consequências legais de suas ações. A atitude covarde contrasta drasticamente com as cobranças que agora faz a Nikolas Ferreira.

“Causa, de certa maneira, estranheza que ele tem sido pouco ativo em levar essa mensagem adiante. Não acho o Nikolas uma pessoa mal-intencionada, mas confesso que achei que teria mais respaldo. Isso não depende de uma conversa minha com ele, depende de uma ação dele”, afirmou Eduardo, demonstrando a incoerência de quem cobra atitudes que ele próprio foi incapaz de manter.

Eduardo permanece nos Estados Unidos desde janeiro, onde anunciou em março que buscaria “sanções aos violadores dos direitos humanos”, em clara referência ao ministro Alexandre de Moraes e outras autoridades do Supremo Tribunal Federal. A justificativa soa vazia vindindo de alguém que preferiu a segurança do exílio à permanência no país para defender suas convicções.

Durante participação no podcast Inteligência Ltda., o deputado chegou ao absurdo de concordar com a imposição de tarifas a produtos brasileiros, chegando a criar o termo “Tarifa-Moraes” para justificar medidas que prejudicam a economia nacional. A posição revela o quanto Eduardo perdeu a noção dos interesses nacionais em sua cruzada pessoal.

O parlamentar está sendo investigado justamente por buscar sanções contra o próprio país nos Estados Unidos, numa tentativa desesperada de obstruir o processo penal contra seu pai. Alexandre de Moraes identificou claramente essa estratégia ao determinar medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, reconhecendo que o ex-presidente tentava criar “entraves econômicos” entre Brasil e Estados Unidos através das ações do filho.

A situação expõe a contradição fundamental de Eduardo Bolsonaro: cobrar de outros a coragem e o posicionamento que ele mesmo não conseguiu manter quando as circunstâncias se tornaram adversas. Sua fuga para os Estados Unidos representa não apenas covardia pessoal, mas abandono dos próprios princípios que diz defender.