Reajuste supera inflação e quase dobra estimativa inicial de março; bandeira vermelha já pesa no bolso

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisou para cima sua projeção de aumento das tarifas de energia elétrica em 2025, elevando o índice para 6,3%. O percentual supera significativamente a previsão de inflação para este ano, que está em 5,05% segundo o Boletim Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira (11). A estimativa anterior, divulgada em março, apontava aumento de apenas 3,5%.
Os dados constam na segunda edição do boletim InfoTarifa, publicado pela Aneel nesta segunda-feira. Segundo a agência reguladora, a alteração da estimativa se justifica principalmente pelos valores aprovados da Conta de Desenvolvimento Energético, cujo orçamento foi homologado em R$ 8,6 bilhões, montante superior ao inicialmente previsto.
O relatório mais recente considerou o efeito médio anual baseado nas projeções de 1,3% no IGP-M (Índice Geral de Preços) e 5,1% no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para realizar os cálculos atualizados.
Bandeiras tarifárias pressionam contas
O boletim também apresenta o histórico recente das bandeiras tarifárias, que impactam diretamente o valor final das contas. Em maio, vigorou a bandeira amarela, com custo adicional de R$ 1,88 para cada 100 quilowatts-hora consumidos. Já em junho e julho, foi acionada a bandeira vermelha patamar 1, com acréscimo de R$ 4,46.
Neste mês de agosto, o acionamento da bandeira vermelha patamar 2 representa o maior impacto para os consumidores, com adicional de R$ 7,87 para cada 100 quilowatts-hora consumidos. Essa escalada nas bandeiras tarifárias reflete as condições adversas do sistema elétrico nacional.
A publicação InfoTarifa foi lançada em abril pela Aneel, com periodicidade trimestral, abordando reajustes e revisões das tarifas de energia elétrica. O documento serve como ferramenta de transparência para acompanhamento das variações tarifárias do setor energético brasileiro.
O aumento projetado de 6,3% representa pressão adicional no orçamento das famílias brasileiras, especialmente considerando que supera a inflação geral da economia. A elevação das tarifas energéticas impacta não apenas o consumo residencial, mas também os custos operacionais de empresas e a competitividade da indústria nacional..