Acordo no plenário encerra impasse após dois dias de tensão e pressão de grupos de esquerda

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (10), uma emenda que substitui a cassação do mandato de Glauber Braga (PSOL‑RJ) por uma suspensão de seis meses. A deliberação ocorreu após dois dias de tensão no plenário, marcada por protestos articulados pela esquerda para tentar barrar a punição. O caso envolve a acusação de que Glauber empurrou e chutou um integrante do MBL durante um protesto no Congresso no ano passado.
A mudança acontece um dia depois de Hugo Motta (Republicanos‑PB), presidente da Casa, anunciar que seguiria com o processo de cassação. A pressão aumentou quando artistas como Cláudia Abreu, Paulo Betti, Eduardo Moscovis e Marco Nanini divulgaram vídeos com o lema “Glauber fica”, numa tentativa de transformar o processo disciplinar em disputa política e emocional.
Na terça‑feira (9), o deputado radicalizou ao ocupar a cadeira da Presidência da Câmara e acabou retirado à força pela Polícia Legislativa. Sua esposa, Sâmia Bomfim, e outros parlamentares da esquerda tentaram impedir a ação, provocando o fechamento do acesso ao plenário.
Com a emenda aprovada, Glauber preserva o mandato, mas ficará afastado de suas funções por seis meses. A Mesa Diretora ainda formalizará a suspensão. Para setores da direita, o desfecho representa mais uma demonstração de que a esquerda age para blindar seus próprios quadros mesmo diante de acusações graves.





