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Câmara aprova projeto que suspende norma do governo Lula que facilitava aborto em meninas

Deputados votaram por ampla maioria pela revogação da medida do Conanda, ligada ao Ministério dos Direitos Humanos

Chris Tonietto Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Chris Tonietto Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (5), por 317 votos a 111, o projeto de decreto legislativo (PDL) que anula a resolução nº 258 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), editada em dezembro de 2024, e considerada por parlamentares conservadores um avanço ilegal sobre prerrogativas do Congresso. O texto agora segue para o Senado Federal.

De autoria da deputada Chris Tonietto (PL-RJ), a proposta recebeu parecer favorável do relator Luiz Gastão (PSD-CE) e tramitou em regime de urgência, o que permitiu sua votação direta no plenário. A resolução anulada pelo PDL previa que crianças e adolescentes teriam acesso ao chamado “aborto legal” da forma mais rápida possívelsem necessidade de boletim de ocorrência, decisão judicial ou autorização dos responsáveis — medida considerada inconstitucional e perigosa por seus opositores, que defendem a proteção da vida desde a concepção.

Os defensores do decreto legislativo afirmam que o Conanda extrapolou suas atribuições, uma vez que o órgão, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadanianão tem poder normativo para legislar sobre temas penais e morais. “O conselho não pode criar regras que interferem diretamente nas competências do Poder Legislativo. O aborto é uma questão sensível, que compete exclusivamente ao Congresso debater”, afirmaram parlamentares durante a sessão.

Por outro lado, deputados alinhados à esquerda criticaram a decisão, alegando que a suspensão da norma poderia limitar o atendimento de meninas vítimas de violência sexual. No entanto, a base conservadora rebateu, destacando que a resolução não tratava de casos específicos de urgência médica, mas sim de uma política ampla que fragilizava a autoridade dos pais e o controle das instituições competentes.

Com a revogação da medida, o Congresso reafirma sua soberania legislativa e barra a tentativa de órgãos ligados ao governo federal — hoje dominado por ideologias progressistas — de flexibilizar práticas que envolvem a vida humana e a infância. O tema segue agora para análise no Senado, onde senadores da oposição devem trabalhar para consolidar a decisão.