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Brasil já sente impacto da tarifa de 50% dos EUA após ataques de Lula a Trump

Juros futuros sobem enquanto presidente americano critica condução do país

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Brasil começou a sentir os efeitos da tarifa comercial de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos brasileiros, uma medida que parece ser uma resposta direta às consecutivas declarações hostis de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o governo americano e o próprio Trump. Nesta quarta-feira (9), os juros futuros encerraram o pregão em alta, com vencimentos a partir de 2028 renovando máximas intradia, refletindo a aversão ao risco gerada pela retaliação comercial. Uma carta enviada por Trump a Lula, expondo descontentamento com a condução política e econômica do Brasil, escancara como a postura beligerante do petista tem custado caro ao país.

No fechamento dos negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 oscilou a 14,930%, ante 14,923% no ajuste anterior. O DI de janeiro de 2027 subiu de 14,175% para 14,270%, enquanto o vencimento de janeiro de 2028 saltou de 13,419% para 13,595%. Já o DI de janeiro de 2029 passou de 13,304% para 13,485%. Tiago Hansen, diretor de gestão e economista da Alphawave Capital, destacou que a ofensiva tarifária de Trump foi o principal fator a impactar a curva brasileira, especialmente na ponta longa, embora o dólar tenha sentido um estresse ainda maior.

Lula como pivô da crise com os EUA

As tarifas impostas por Trump não surgem do nada. Desde que assumiu o mandato, Lula tem adotado um tom provocador em relação aos Estados Unidos, criticando abertamente as políticas de Trump e questionando a liderança americana em fóruns internacionais. Essas declarações, muitas vezes desnecessárias e carregadas de viés ideológico, colocaram o Brasil na mira de retaliações econômicas que agora afetam diretamente o mercado financeiro e a confiança dos investidores. A carta de Trump a Lula, revelada nesta quarta-feira, deixa claro que os EUA não tolerarão mais a postura agressiva do petista, que parece priorizar bravatas políticas em vez de proteger os interesses econômicos nacionais.

Contexto internacional e reações domésticas

Enquanto os juros dos Treasuries recuavam nos EUA, em resposta à ata de política monetária do Federal Reserve (Fed), o mercado brasileiro enfrentou um cenário de incerteza agravado pela taxação americana. Flávio Serrano, economista-chefe do banco BMG, destacou que o debate nos EUA já não é sobre a necessidade de cortes de juros, mas sobre o timing e a magnitude dessas reduções. Para o Brasil, o ciclo de flexibilização monetária americano seria crucial, mas as ações de Trump, motivadas pelo comportamento de Lula, tiveram peso maior sobre os juros futuros, evidenciando como a diplomacia irresponsável do governo petista expõe a vulnerabilidade da economia brasileira.

Divisão no Fed e implicações para o Brasil

A ata do Fed, divulgada nesta quarta-feira, revelou uma divisão no Comitê de Mercado Aberto (FOMC) sobre a trajetória futura dos juros nos EUA. A Pantheon Macroeconomics apontou que o forte payroll de junho reforçou a ala mais “hawkish” do Fed, mas prevê uma desaceleração no mercado de trabalho americano a partir deste mês, o que poderia permitir cortes de 0,25 ponto percentual em setembro, outubro e dezembro. No Brasil, porém, Matheus Spiess, estrategista macro da Empiricus Research, avalia que a curva de juros está mais atrelada a vetores domésticos, como as tratativas entre governo e Congresso sobre o aumento do IOF, embora o impacto das tarifas de Trump, consequência direta das falas de Lula, tenha dominado o pregão.

Tensões políticas internas agravam o cenário

Na noite de terça-feira (8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Haddad, ao lado de Gleisi Hoffmann, sinalizou que o Planalto não cederá nos termos do decreto que elevou o IOF, uma postura que, segundo Spiess, é prejudicial ao mercado. “Essa retórica é ruim. O governo está tentando dobrar a aposta com o eleitorado, o que pressiona os vértices mais longos”, analisou o estrategista. A combinação de pressões externas, desencadeadas por Lula, e internas, como a inflexibilidade do governo, cria um ambiente de incerteza para os investidores.

Perspectivas futuras

A tarifa de 50% imposta pelos EUA e o tom crítico de Trump na carta a Lula são consequências diretas da postura confrontacional adotada pelo presidente brasileiro, que parece mais interessado em marcar posição ideológica do que em proteger a economia nacional. Enquanto o mercado financeiro reage com alta nos juros futuros e maior volatilidade no câmbio e na Bolsa, o governo petista não dá sinais de que adotará uma abordagem mais diplomática com os EUA. Os próximos dias serão cruciais para avaliar se Lula mudará de tom ou se continuará a arriscar o futuro econômico do Brasil com declarações imprudentes que só agravam a crise.