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Brasil ignora supostas fraudes eleitorais na Venezuela e adota silêncio político

Governo brasileiro se omite enquanto outros países criticam irregularidades nas eleições

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva manteve uma postura de silêncio, ao contrário de outros países sul-americanos que rapidamente reagiram às suspeitas de fraude. Até a madrugada desta segunda-feira, 29, o Brasil não se manifestou sobre as alegações de irregularidades, apesar das denúncias da oposição venezuelana, que afirma não ter tido acesso a 70% das atas eleitorais.

A oposição também relatou que sessões eleitorais em áreas favoráveis a Maduro foram estendidas além do horário, enquanto regiões de apoio à oposição enfrentaram intimidação e dificuldades para votar. Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais, foi enviado a Caracas para observar a situação, afirmando que aguardaria a posição dos observadores internacionais e ressaltando a necessidade de respeitar os resultados e esperar o fechamento das urnas.O comportamento do governo brasileiro é um contraste notável com a reação de outros países da América do Sul, incluindo nações governadas por esquerdistas como Chile e Colômbia, que criticaram severamente o processo eleitoral venezuelano. Desde o retorno do PT ao poder em 2023, o Brasil tem trabalhado para restabelecer relações com Maduro após o rompimento com o chavismo durante o governo de Jair Bolsonaro. No início de 2023, o Brasil ofereceu apoio diplomático a Maduro e o recebeu com honras no Planalto, apesar das críticas regionais.A falta de uma posição firme do Brasil também se destaca em meio às tensões na região, incluindo a recente anexação de parte da Guiana por Maduro e as desrespeitosas práticas eleitorais venezuelanas que não foram condenadas de forma incisiva pela diplomacia brasileira.